Sobre
As juventudes enfrentam uma sociedade que precisa decidir entre implementar uma política que valorize os saberes ecológicos, o cuidado com as vidas, com a Terra, ou seguir com uma economia que gera destruições sistemáticas da biodiversidade, desigualdades sociais e individualização. Será possível pensar em políticas progressistas e em um futuro comum, ou essas questões hoje geram desencantamento entre os jovens? Talvez encante mais uma lógica que prometa o progresso individual por meio do empreendedorismo de si mesmo, da busca por segurança individual, e não necessariamente uma segurança coletiva, ainda que tudo isso sejam percepções que não correspondem à realidade efetivamente vivenciada.
A fundamentação do Ciclo se estrutura em uma tríade indissociável que envolve economia, política e ecologia. A realidade das juventudes é analisada de forma crítica ao considerar a política econômica neoliberal como produtora de desigualdades, violências e desesperanças. Estas, por sua vez, são subsumidas em projetos político-tecnológicos ou que enveredam por alternativas que confrontam as múltiplas e confluentes crises contemporâneas ou que inflamam a erosão social. A ecologia entra como um conceito catalisador das ações articuladas por meios sociotecnológicos que magnetizam ou negam sociabilidades individualistas, capazes ou não de garantir a reprodução social e material das futuras gerações.
Assim, considerando os aspectos sociológicos de uma economia neoliberal e seu horizonte de perspectivas, entende-se a conjuntura econômica atual como disparadora de desigualdades, conservadorismos, mas também insurreições, imaginação e denúncias socioeconômicas. A partir deste ponto, desenvolve-se um eixo de reflexão sobre a produção e reprodução material, seus métodos e alternativas.
Depois, compreende-se o campo político como modo de organização, individualizante ou coletivo, articulado por meios tecnológicos, especialmente as redes sociais, que se tornam palco de projetos societários e canalização de afetos e desejos das massas.
Esses projetos, por sua vez, entregam diferentes perspectivas e expectativas sobre o futuro que passa a se conectar cada vez mais com o futuro climático e biosférico terrestre. Portanto, a ecologia entra neste debate como uma construção de senso de futuro, estabilidade e reprodução socioeconômica e como síntese do contexto das mudanças climáticas e sociopsicológicas (ecoansiedade, negacionismos e demais pares dialéticos associados).
Objetivos
Objetivo geral:
Debater de forma transdisciplinar aspectos sociológicos das juventudes, seus papéis e suas perspectivas no contexto contemporâneo de transformações políticas, ecológicas e econômicas.
Objetivos específicos:
• Compreender as causas, relações e interseccionalidades entre os ressentimentos sociais das juventudes e os projetos políticos da extrema-direita.
• Analisar as dinâmicas socioeconômicas neoliberais e seus efeitos no mercado de trabalho e na reprodução social e material dos jovens.
• Refletir o uso das tecnologias digitais, seus impactos na organização e sociabilidade das juventudes e a transformação no senso de tempo e espaço das novas gerações.
• Debater a centralidade dos jovens nos projetos sobre o futuro da sociedade e sua importância na reprodução ecológica do planeta.
Programação
Interessante para
Interessadas e interessados em geral
Promoção
Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Unisinos
Instituto Humanitas Unisinos – IHU
Eventos
03/06/25 (Terca-feira): 10h00 às 11h30
26/06/25 (Quinta-feira): 10h00 às 11h30
08/07/25 (Terca-feira): 10h00 às 11h30