Cenários Futuros
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Cenários Futuros
A ideia de cenários está geralmente conectada a uma entre duas visões: a compreensão de possibilidades futuras, e o veículo para testar alternativas antes de implementar soluções.
Na primeira, o processo de construção de cenários é percebido como um veículo para aprendizagem e uma narrativa coletiva, que promove o debate, a busca de consenso e a exploração criativa de possibilidades. Dentre as abordagens que utilizam esta perspectiva destaca-se a proposta por Manzini e Jégou (2003), que reforçam que os cenários “permitem desenvolver visões articuladas e motivadas que, se devidamente construídas e promovidas, podem vir a ser as visões compartilhadas que as empresas, as instituições públicas e a sociedade como um todo hoje exigem”.
Na segunda, o processo de construção de cenários promove aprendizagem através de testes de hipóteses e a busca de um “melhor cenário”, deixando de lado a ideia de um cenário ótimo. Dentre as áreas que utilizam esta perspectiva destaca-se o campo de pesquisa operacional, especialmente a área de simulação estocástica de eventos (Law, 1991). O trabalho de Van Der Heijden (2009) dialoga com esta proposta, entendendo o papel do planejamento de cenários para lidar com a incerteza dos processos.
Na perspectiva aqui apresentada a ideia de cenários segue o conceito proposto por Scaletsky, Franzato, Hartmann e Reyes (2012),
“Os cenários devem ser plausíveis e discutíveis,
atuando como uma plataforma de interações onde os atores envolvidos possam esclarecer as suas próprias motivações e articular propostas que permitam compreender e validar os respectivos pressupostos e implicações. Os cenários são, portanto, uma plataforma construída e negociada coletivamente que serve como um mapa de navegação durante os processos de projeto.”
A partir desta concepção, a perspectiva de cenários para apoio ao processo de educação deve ser compreendida como uma ação projetual que busca, a partir de indivíduos diferentes, o aprendizado coletivo para o planejamento de ações futuras. Assim, exercícios projetuais como: qual a sala de aula de 2050? Como será o processo de ensino aprendizagem daqui 20 anos? Permitem a construção de cenários imagéticos futuros, os quais podem ser utilizados como veículo de aprendizagem. Para a construção de cenários futuros, propõe-se a seguinte metodologia:
Identificação de polaridades: a partir de um amplo estudo da situação em análise o grupo busca identificar tensionamento entre polos, para identificação de hipóteses. Nesse contexto, temas vigentes, como por exemplo digital ou analógico, em grupo ou individual, podem ser polaridades traçadas para a construção de cenários.
Manchete futura: O cenário deve ter uma manchete que representa a proposta em questão. A mesma deve ser construída como uma manchete de jornal ou revista, que chame a atenção dos principais aspectos propostos no cenário.
Espectro de personas: Um ponto importante é identificar quem são as personas que fazem parte do contexto. Nesse caso, sugere-se ir além da proposta tradicional de identificação de uma persona específica, por ex.: um professor, um aluno, um pai ou mãe. A ideia de espectro de personas permite trabalhar com a diversidade e ampliar a compreensão do problema.
Narrativa: A narrativa deve descrever claramente o que foi sintetizado na manchete. Se estivermos trabalhando com a ideia de como determinada escola lida com um cenário, o foco pode ser na escola. Se estivermos falando de mudanças no setor, o foco pode ser o setor educacional como um todo.
A partir dessa proposta, quais os futuros cenários para a educação?
Fica aqui a provocação para que possam pensar em alternativas e propor cenários. Cada um deles pode ser um veículo para aprendermos e projetarmos um futuro melhor.
Autor: Prof. Dr. Gustavo Borba
Para saber mais:
Law, A. Simulation Modeling and Analysis. McGraw-Hill Education, 1991
Heijden, Kees van der. Scenarios: The Art of Strategic Conversation. Wiley; 2 edition, 2005
MANZINI, Ezio.; JÉGOU, François. Collaborative services: social innovations and design for sustentainability. Edizioni Poli.Design, 2008.