Sobre malas de viagem
Faz parte do nosso trabalho com livros antigos e raros o resgate de alguns acervos para incorporar ao já existente na nossa Biblioteca.
Na busca por esses velhos amigos, não são apenas os livros que buscamos, muitas vezes objetos pessoais e pequenos mobiliários vêm integrar nosso ambiente de pesquisa e exposição.
Hoje vamos falar de malas.
O volume de coisas que usamos quando em viagem, seja em férias , a trabalho ou curtos passeios têm diminuído com o passar do tempo. Isto se deve ao custo no transporte, no tempo gasto na seleção das peças e na falta de paciência para tudo isso.
A onda minimalista vem ajudar esta ideia de termos peças coordenadas e as novas formas de acomodações compartilhadas levam nosso interesse para termos mais vivências que bagagem.
Mas houve um tempo que a mala de viagem tinha um custo muito elevado e só possuía uma quem era um viajante contumaz, onde o investimento neste acessório era do tamanho da frequência e da vontade de partir e chegar.
Por isso não foi algo incomum termos trazido do Colégio Santo Inácio, antigo seminário jesuíta situado na cidade de Salvador do Sul, algumas delas para compor o ambiente de pesquisa do acervo de livros raros do Memorial Jesuíta.
Elas chamam atenção pelo tamanho e pelo material que são feitas, algumas em madeira revestidas por couro. Certamente vindas da Europa a julgar pela nacionalidade dos antigos moradores deste local que vieram compor o clero e docência do Seminário.
Duas delas carregavam selos, óculos e objetos de higiene pessoal sem identificar seu antigo proprietário.
Algumas arriscamos a palpitar que transportaram alguns dos livros que hoje compõe nossa Biblioteca.
Seu desgaste pelo uso e tempo não contrapõe seu charme.
Assim como os livros, as malas também contam histórias, algumas guardadas a chave.
Texto e imagens fornecidos por Susana Schneider Höltz - Bibliotecária do Memorial Jesuíta.
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