Diversidade de formatos e propósitos de currículos vem aumentando no Brasil
Cada vez mais, escolas com currículos bilíngues vêm ganhando espaço no Brasil. No Rio de Janeiro, algumas escolas da rede pública ofertam desde 2013 o currículo em duas línguas. Nas instituições privadas, isso é ainda mais comum. A oferta de currículos bilíngues aumenta e, com ela, se multiplicam também seus formatos e propósitos.
Atualmente, entende-se a educação bilíngue como aquela que promove aprendizado em duas ou mais línguas, não se restringindo ao ensino da língua, mas ampliando o repertório de saberes e culturas do aprendiz. A partir disso, o que podemos considerar uma escola com uma proposta de educação bilíngue? Algumas perguntas podem nos orientar:
- As experiências proporcionadas aos estudantes promovem reflexões relacionadas à língua em uso e não apenas a aspectos gramaticais?
- A escola promove aprendizagens variadas em e de línguas?
- O projeto pedagógico integra diferentes áreas do conhecimento para desenvolver competências nas duas (ou mais) línguas?
- Há respeito pelo repertório linguístico dos aprendizes?
- A escola promove o planejamento integrado, colaborativo e compartilhado entre professores de diferentes áreas do conhecimento?
- Há propostas pedagógicas que desenvolvem as competências interculturais, através do acesso e de espaços de interação entre diferentes culturas?
- A proposta e o propósito da educação bilíngue são conhecidos e construídos por todos os professores, de forma que as competências possam ser desenvolvidas de forma integrada no currículo?
- As equipes diretivas estão apropriadas das formas como a aprendizagem em línguas ocorre e conhecem os impactos pedagógicos dessa aprendizagem?
É interessante observar como os aspectos acima se articulam e se tornam visíveis nos diferentes formatos de currículos bilíngues. Alguns deles podem ser definidos como:
- Currículo optativo: nem todos os alunos de uma mesma turma participam e, em geral, as aulas ocorrem fora dos períodos regulares.
- Currículo obrigatório não integrado e terceirizado: todos os alunos de uma mesma turma participam, mas as aulas são desenvolvidas e ministradas por uma empresa parceira, sem articulação e integração com o trabalho pedagógico da escola.
- Currículo obrigatório não integrado: todos os alunos de uma mesma turma participam, mas as aulas são independentes em relação ao currículo da escola.
- Currículo obrigatório integrado - Todos os alunos de uma mesma turma participam. É desenvolvido pela escola a partir de seus objetivos e compromissos educacionais, integrando diferentes áreas do conhecimento, ministradas por professores de língua adicional e dos demais componentes curriculares. Nessa configuração, a escola adota o material didático que melhor dialoga com a proposta construída.
Na Educação Básica, é fundamental fazer uma escolha que garanta o pleno desenvolvimento dos estudantes. Para isso, a escola deve se perguntar: o que esperamos com a educação bilíngue? De que forma a escolha da configuração de currículo bilíngue fomenta o propósito educacional da instituição? Como a escolha feita garante o alinhamento da identidade do currículo com a identidade da proposta pedagógica escolar e promove o protagonismo de professores, equipes diretivas, e, em especial, de alunos e suas famílias? No Unisinos Education, construímos juntos as respostas a essas questões.