A Cidade (In)Visível: projeto da Unisinos traz visibilidade para a realidade das ocupações urbanas de São Leopoldo

Formado por alunos e professores da Universidade, o projeto de cartografia social faz parte da Rede de Solidariedade São Léo, que apoia ocupações urbanas da cidade

Crédito: Especial

Para a estudante do curso de Serviço Social, Vanessa Dietrich, participar do projeto A Cidade (In)Visível: cartografia social das ocupações urbanas de São Leopoldo é uma experiência única. “O curso proporciona muitas conversas, escutas e experiências com os colegas, mas nada se compara a estar em campo conversando com uma família”, comenta.

A cena retratada por Vanessa é uma das atividades do projeto que conta com a participação de alunos e professores da Unisinos, do Poder Público de São Leopoldo e de líderes das 16 comunidades contempladas pelo projeto. Hoje, cerca de 12 mil pessoas moram em ocupações no município.

Como tudo começou

Desde 2018, a Unisinos – por meio do programa ObservaSinos, do Instituto Humanitas Unisinos (IHU) – a partir da mobilização Missão pela Moradia Digna, realiza ações sistemáticas de apoio às comunidades moradoras de ocupações urbanas em São Leopoldo. Junto de organizações como o Conselho Estadual de Direitos Humanos, o Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLPM), as Missionários do Cristo Ressuscitado e o Centro de Direitos Econômicos e Sociais (CDES) realiza visitas, audiências públicas com as comunidades e autoridades do Poder Público e a elaboração de relatórios de violações sofridas pelas pessoas das comunidades.

Com a chegada da pandemia da Covid-19 e a perspectiva de agravamento da situação de vulnerabilidade dessas famílias, criou-se a Rede Solidária São Leo, uma rede de proteção e solidariedade para essas comunidades. Desde março de 2020, início do isolamento social no Brasil, o grupo formado pelo MLPLM, pela Comunidade Missionário(a)s Cristo Ressuscitado, Unisinos e lideranças comunitárias das ocupações realiza ações sistemáticas de apoio nesses lugares.

O Projeto

Iniciado em abril, o projeto de cartografia social surgiu a partir da necessidade de conhecer e atualizar permanentemente o perfil e o número dos moradores das regiões. Com o objetivo de garantir o acesso a direitos básicos, como saúde, renda, educação, trabalho e segurança, além de contribuir na materialização de políticas públicas para essa população, o projeto conta com alunos e professores dos cursos de Geologia, Engenharia Civil e Serviço Social da Unisinos.

Cada questionário conta com cerca de 180 questões. Porém, o processo não é apenas burocrático, mas também envolve muita escuta e empatia por parte dos facilitadores. “Acredito que ponho em prática as coisas que aprendo no curso e que muitas pessoas deveriam ter essa experiência. É tão palpável estar com eles e quando tu estás em aula às vezes parece que está longe. A gente estuda, mas vivenciar é muito maior”, compartilha a estudante de Serviço Social, Karen Carcamo.

A primeira saída de campo do projeto ocorreu em julho, na Ocupação Renascer, já finalizada. Localizada no bairro Vicentina, na zona oeste de São Leopoldo, a comunidade abriga 47 famílias. O próximo ponto de visitação, ainda em andamento, é a Ocupação Steigleder, no bairro Santos Dumont. Com mais de 200 famílias, a equipe visitou 45% da comunidade e a meta de término do processo está marcada para outubro deste ano.

Apoie e saiba mais

Mesmo com a diminuição dos casos de Covid-19 e o aumento da vacinação da população, a Rede Solidária São Leo segue atuante nas comunidades. Para ter mais informações sobre o projeto A Cidade (In)Visível: cartografia social das ocupações urbanas de São Leopoldo e das ações da Rede, acesse as páginas no Facebook e Instagram.

Saiba mais:

Crédito: Especial

Confira o episódio do Desafiando o Amanhã sobre o projeto A Cidade (In)Visível:

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