Nesta quinta-feira, 28 de novembro, a Unisinos realizará mais uma atividade especial em celebração ao Mês da Consciência Negra. A exibição de uma sessão especial do documentário “Exú Tranca Rua e Seus Caminhos”, no Teatro Unisinos Porto Alegre, às 19h.
O evento contará com uma mesa de debate liderada por Luis Ferreirah, diretor do filme, Dieison Pereira, codiretor e pai de santo, Isabel Cristina Passos, chef de cozinha e yalorixá, Alexandre Machado da Silva, psicólogo afrocentrado, e Padre José Ivo Follmann, jesuíta e coordenador do grupo de diálogo inter-religioso da Unisinos.
“A gente apresenta o nosso Tranca Rua, a partir da nossa visão de mundo, da ritualística da Quimbanda, do nosso entendimento e do nosso olhar sobre o que ele representa em nossas vidas”, explica Pai Dieison de Xangô.
A Quimbanda é tida como uma ramificação da Umbanda e também como uma expressão religiosa independente. Ela é marcada pelo culto de Exus e Pombagiras, entidades que estariam, energeticamente, mais próximas da condição humana.
“O filme cumpre um papel de educação e desmistificação de tudo que o Povo de Exú representa. Durante muito tempo, a estrutura em que vivemos, que é naturalmente racista, desenhou uma figura demoníaca associada ao Povo de Rua, aos Exús. Fazendo um desserviço à nossa tradição.”, finaliza Luis Ferreirah.
O documentário, vencedor do Festival Cinema Negro em Ação, aborda as raízes e os mistérios das religiões afro-brasileiras, por meio de um importante rito de celebração conhecido como Elebó, na rotina de uma Casa de Santo da capital gaúcha. Exú Tranca Rua e Seus Caminhos foi exibido com ingressos esgotados em diversas sessões na Cinemateca Paulo Amorim e na Cinemateca Capitólio, e agora chega à Unisinos para promover uma importante reflexão sobre as religiosidades afro-brasileiras.
Os ingressos para o evento podem ser garantidos aqui.
As religiões afro no Rio Grande do Sul
O Rio Grande do Sul tem a maior parcela de fiéis de religiões de matriz africana do Brasil. Os dados do censo demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram, no levantamento de 2010, que o Estado figurou com o maior percentual de adeptos da umbanda e do candomblé, as duas principais religiões afro-brasileiras. O Estado também foi campeão em números absolutos, representando 1,47% dos gaúchos — isso representa um percentual bem acima do nacional, de 0,3%. Os dados sobre religião do Censo de 2022 ainda não foram divulgados pelo IBGE.
A ação é promovida pelo Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (Neabi) e visa ampliar o conhecimento sobre as religiões de matriz africana, combatendo a intolerância religiosa e o racismo religioso, e promovendo a dimensão interreligiosa das pautas afrocentradas.