Transformações no mundo dos negócios têm proporcionado mudanças na sociedade como um todo. As organizações que buscavam vantagens competitivas mediante a especialização de habilidades funcionais, descobrem agora que operar com processos e negócios integrados, utilizar funções tradicionais, agregar benefícios da especialização funcional com agilidade, eficiência e qualidade na integração dos processos, leva à conversão de seus ativos intangíveis em seu principal potencial competitivo. A inovação, a rapidez e a qualidade são atributos primordiais quando se fala em negócios atualmente.
“Estamos vivenciando um momento muito importante e muito promissor para os profissionais que desejam seguir a carreira na área de Recursos Humanos”, afirma a coordenadora do MBA em Gestão de Recursos Humanos da Unisinos, Elenise Rocha. Segundo a professora, a abertura de mercado, as conexões virtuais e o momento econômico do nosso país têm colocado em evidência a importância de gerir o capital humano nas organizações de forma estratégica. Sendo assim, as organizações devem estar atentas e com objetivos definidos, para que possam atingi-los sistematicamente por meio de seus colaboradores.
A professora acrescenta que, cada vez mais, a riqueza das organizações baseia-se em criação, exploração e transferência do conhecimento, que é um dos fatores críticos do sucesso. “Diante das novas gerações, mudanças de mercado e inserção de novas tecnologias, o profissional de RH pode auxiliar as empresas a criarem essa nova cultura, a prepararem seus gestores e sucessores, a estimularem a criatividade e a cultura de inovação e aprendizagem constante”, comenta.
Segundo a coordenadora da graduação em Gestão de Recursos Humanos da Unisinos, Isamara Alegretti, a diferença entre as empresas está nos seus colaboradores. “Em tempos de competividade global, é fundamental que as organizações desenvolvam seus diferenciais competitivos. E quem cria diferenciais são pessoas, por meio de melhorias de processos e produtos, de inovações que garantam a sobrevivência do negócio. Para isso é fundamental o desenvolvimento de políticas e práticas e engajamento e retenção de pessoas”, enfatiza. Para ela, o grande diferencial de um profissional de RH está na competência de demonstrar como os funcionários da empresa fazem a diferença dentro das organizações. “O profissional de Recursos Humanos deve ser capaz de falar a linguagem de negócios e, ao mesmo tempo, compreender as necessidades humanas no mundo do trabalho. A linguagem dos negócios exige um profundo conhecimento sobre indicadores de esforço e de resultados no que se refere a pessoas”, reforça.
Nesse mesmo contexto, a professora Elenise afirma que os profissionais de RH, por sua vez, precisam, cada vez mais, compreender a estratégia corporativa, captar as implicações dessa estratégia em termos de RH e implementar e sustentar sistemas que mostrem a influência estratégica do RH mediante indicadores que mensurem a criação de valor e o seu retorno para os acionistas. A estratégia do RH deriva da estratégia da organização, portanto a melhoria do desempenho do indivíduo reflete-se automaticamente no desempenho corporativo. “Ações eficazes de gestão estratégica dependem da atuação do RH e, principalmente, do comportamento dos colaboradores”, destaca. A professora lembra, ainda, que o balanceamento equilibrado entre as ambições pessoais dos indivíduos e as ambições organizacionais compartilhadas faz com que a área de RH tenha substancial impacto sobre o desempenho da organização.
O curso
O aproveitamento que o aluno tem de seu curso é fundamental para o bom desenvolvimento do seu plano de carreira. A professora Isamara explica que, durante a graduação, o aluno desenvolve, a partir do seu perfil, características para que se sobressaia no mundo de trabalho. Os egressos de Gestão de Recursos Humanos terão maior compreensão sobre as relações de trabalho, sabendo interpretar diferentes cenários para, assim, poder identificar e solucionar problemas institucionais. Além disso, podem definir e realizar estratégias pertinentes, construindo competências, potencializando e otimizando recursos internos e externos às organizações. E, acima de tudo, podem atuar como um proponente de condições inovadoras, a fim de auxiliar no crescimento da empresa.
Oportunidades
O mercado em Recursos Humanos, por ser uma área em ascensão, oferece bastantes oportunidades de emprego aos egressos. A professora Isamara afirma que o profissional em Gestão de Recursos Humanos poderá atuar em organizações privadas, públicas e do terceiro setor (sem fins lucrativos) como Assistente de RH, Assistente de Pessoal, Analista de RH, Analista de Cargos e Salários, Analista de Recrutamento e Seleção, Analista de Benefícios, Analista de Administração de Pessoal, Coordenador de RH, entre outros. Ao concluir a graduação, o egresso irá atuar em rotinas do departamento de pessoal, recrutamento, treinamento, remuneração, desenvolvimento de carreira, planejamento estratégico e demais atividades voltadas à Gestão de Pessoas.
O que o mercado espera
As empresas buscam hoje profissionais que estejam alinhados e que sejam conhecedores das estratégias de negócio. Segundo a professora Elenise, o profissional de RH tem que falar a língua das outras áreas da empresa, e mais do que isso: ele precisa ter um perfil investigativo, analítico e uma visão sistêmica. A visão sistêmica permite que ele enxergue os resultados de RH dentro das conquistas das áreas em que ele apoiou através dos seus subsistemas. Mas, para conseguir fazer isso, a comunicação deve estar pautada em argumentos estratégicos, que saibam traduzir os resultados de RH em termos operacionais e estratégicos. A professora reitera que compreender economia, finanças, comportamento social e tecnologias são competências que fazem a diferença no mercado hoje, além dominar no mínimo dois idiomas.
Remuneração
O salário na área vai depender muito do campo de atuação do profissional. Ele pode variar entre R$ 1200 e R$ 8000, de acordo com o cargo (gerente, coordenador, analista e auxiliar de RH).