Na noite dessa sexta-feira, 14/12, o Teatro Unisinos foi palco do lançamento do Projeto Imigrantes. O evento coroou o trabalho de um ano desenvolvido por seis artistas solo e uma banda, vindos do Haiti e da Nigéria, que vivem Brasil.
O grupo de músicos recebeu curadoria do curso de Produção Fonográfica da Unisinos. Em um ano, foram 148 horas de gravação em estúdio que resultou em uma obra multicultural com nove canções gravadas, todas autorais. “A busca por novos talentos é um grande desafio, olhar para outras culturas e ver que temos tanto a aprender. O projeto busca o reconhecimento de um talento gigantesco, de qualidade internacional. Além disso, é uma experiência real para os alunos, do que eles vão viver no dia a dia da profissão”, destacou o coordenador do projeto, Charles Di Pinto.
O trabalho de produção do álbum, gravação e mixagem, envolveu cerca de 50 pessoas, incluindo 23 estudantes. Um deles foi Fernando Strattmann. “Estou no projeto desde que ele nasceu, em janeiro do ano passado. Acompanhei o processo de seleção dos artistas, passando pelos arranjos e composição das músicas, até a gravação no estúdio. Acredito que estar nesse projeto traz experiência de produção, contato com pessoas e a vivência do todo. A gente aprende bastante, vai muito além da sala de aula”, afirmou o aluno.
As canções apresentadas ao longo da noite, misturaram pop, world music e o eletrônico, com sonoridades regionais. “O projeto é maravilho, nosso trabalho está bom e o público em geral vai gostar. Fazer música com pessoas diferentes é mais que outro país e outra cultura, é outro mundo. Esse projeto vai levar nossa música para o sucesso”, enfatizou Smog, músico haitiano.
Alix, outro artista envolvido no projeto, também vindo do Haiti, agradeceu à Unisinos, à gravadora e aos alunos pela ideia de fazer o Projeto Imigrantes. “Produzir esse CD faz a sociedade enxergar os imigrantes de outra forma, ver a questão cultural e as coisas positivas que podemos trazer para a sociedade. Eu componho muito, eu canto a vida, minha inspiração é carregada com as questões da imigração. Eu traduzo o imigrante na minha música”, contou o artista.
Em sua fala, o coordenador do curso de Produção Fonográfica, Frank Jorge, afirmou que a Sigmund Record tem o objetivo de levar os alunos para a realidade do mercado de trabalho. “Esse trabalho mostra uma faceta interessante do nosso país, de receber imigrantes. Hoje estamos construindo algo com esses nossos irmãos, que estão nos enriquecendo com a sua cultura”, destacou Frank.
A Sigmund Records foi responsável pela curadoria do potencial artístico e das músicas, cuidando da qualidade no processo de produção. A parte de masterização foi feita no Rio de Janeiro com o Ricardo Garcia da Magic Master, referência em masterização no Brasil e vencedor de Grammys.