Maria Gardênia Alves, maranhense e descendente de negros e indígenas, conheceu o Neabi em 2013. Foi quando um mundo novo de possibilidades se abriu para ela por meio da leitura. O projeto Inclusão Digital Afrodescendente, incluiu Maria no universo digital e das letras. Além disso, ter contato com o grupo fortificou suas raízes identitárias.
“Eu não tenho muita leitura, eu não tenho nada, estou estudando através do projeto. Agora já estou sabendo formar letra, quando comecei o curso eu não podia ver gente perto de mim que já ficava tremendo. O Inclusão Digital Afrodescendente desenvolveu tudo o que estava escondido dentro de mim”, conta Maria.
A integrante do projeto lembra que antes de conhecer o Neabi não sabia ler nem escrever. “Eu nunca tive chance de estudar, comecei a trabalhar com seis anos. Aqui estou tendo a oportunidade que nunca tive. Além do curso de informática, no Neabi, estão me ensinando a ler. Eu levo os livros para casa, faço a lição e eles corrigem. Saber ler e escrever é muito importante para a vida da gente”.
Para Maria, o projeto traz uma oportunidade para as pessoas que querem uma chance de aprender e não tem dinheiro para pagar. “O computador me trouxe conhecimento para quando eu quiser arrumar um emprego como vendedora numa loja, por exemplo”, destaca.
O Neabi cria espaços de inserção por meio da tecnologia, tanto para afrodescendentes, quanto para brancos em situação de vulnerabilidade social. Durante os encontros, os participantes aprendem a usar ferramentas digitais para recuperar e reforçar a cultura negra na comunidade.
Os integrantes do projeto estudam sobre a Educação das Relações Étnico-raciais, formação cidadã e qualificação profissional.
Esta matéria foi realizada em meados de 2016, referente ao Balanço Social 2015.