Eloysa Castro da Silva, 10 anos, está há três no Vida com Arte e, desde que chegou, não abandona a viola. Ao ser questionada pela escolha do instrumento, ela responde que foi um encontro ao acaso, mas que, hoje, não o tocaria. A menina conta que conheceu o Vida com Arte pelo irmão de 17 anos, percussionista, que também participa da iniciativa. “Meu irmão conheceu o projeto na escola em que ele estudava, mas eu era muito nova. Tive que crescer um pouco para poder entrar”, relata a menina.

A história de Tom Francisco Rosa da Cunha, 13 anos, também tem reflexos de uma influência familiar. Ele está há cinco anos no projeto e, há quatro, extrai melodias do violino. “Quando a gente chega aqui, não começa a tocar nenhum instrumento. Primeiro aprende o que é a música e depois a gente pratica ela”, conta o menino. Ao ser questionado pela influência musical,Tom conta que sua grande referência é o seu pai. “Meu pai toca muitos instrumentos, nem sei te dizer quantos! Eu só toco violino, mas, às vezes, ensaiamos juntos”, revela com entusiasmo.

Essas são algumas das experiências que geram mudanças nas mais de mil crianças impactadas pelos sete anos de Vida com Arte. A iniciativa, que conta com a orientação da Orquestra Unisinos Anchieta, oferece oficinas de instrumento musical e formação cidadã para crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. As aulas, que acontecem no Centro de Cidadania e Ação Social da Unisinos, têm foco em questões como solidariedade, capacidade individual, além de desenvolvimento cognitivo, cultural e a valorização da importância da arte.

Maestro e coordenador do Vida com Arte, Evandro Matté conta que, no ano de 2016, o projeto realizou inúmeros espetáculos com casa lotada e participação ativa da comunidade e das famílias envolvidas. “É um enorme prazer ver o desenvolvimento das crianças e jovens que participam do projeto. O Vida com Arte contribui para o desenvolvimento e fortalecimento de vínculos de todos os participantes e propicia a ampliação do acesso à cultura de toda a comunidade”, declara.

Para a construção da qualidade de vida de crianças e adolescentes da rede pública de ensino, trabalha um time completo. Ao todo, são 25 profissionais, entre professores instrumentistas e de musicalização, psicólogos e assistente social.

*Esta matéria foi produzida em 2017 e refere-se ao Balanço Social 2016.