Sustentabilidade: afroempreendedorismo e a ciência

Conferência aconteceu no Auditório Central, no Campus São Leopoldo

Crédito: Janaína Costa

Na noite dessa terça-feira, 14/5, aconteceu a conferência Sustentabilidade: afroempreendedorismo e a ciência. O evento, organizado pelo Núcleo de Estudo Afrobrasileiros e Indígenas – Neabi, teve como palco o Auditório Central, no Campus São Leopoldo.

O objetivo da atividade foi lembrar o 13 de maio de 1888 e propor uma discussão sobre sustentabilidade e empreenderismo. “Esse debate é importante para entendermos como vive a população negra no Brasil, com trabalho informal para fugir do desemprego, que tem crescido cada vez mais. Precisamos pensar como a ciência tem entendido esse tema da sustentabilidade, já que o trabalho de artesanato dos afroempreendedores tem contribuído muito para essa questão”, afirmou a coordenadora do Neabi, Adevanir Pinheiro.

Crédito: Janaína Costa

A conferência contou com a palestra do pesquisador João Carlos Nogueira, coordenador geral da Rede Brasil Afroempreendedor, e da geóloga e empreendedora, Elisa Mateus. Como atração cultural, o grupo de danças do Neabi fez uma apresentação para abrir o evento.

João trouxe em sua abordagem o desenvolvimento da ciência, no passado, no presente e no futuro, criando um túnel do tempo na história brasileira, observando os três mundos: africano, indígena e europeu, trazido pelos imigrantes. “O encontro desses três mundos nos apresenta três tipos de conhecimentos científicos distintos, mas que se complementam. No entanto, as desigualdades, a escravidão e o racismo levaram a uma desvalorização da ciência africana e indígena”, destacou o palestrante.

O pesquisador destacou também a questão do afroempreendedorismo que dá um salto no século XXI, semelhante ao que ocorreu logo após o fim da escravidão. “O empreendedorismo de jovens negros está latente e um dos exemplos é a Rede Brasil Afroempreendedor. Hoje, esses empreendedores representam 54% de todos os micros e pequenos negócios no Brasil, segundo dados do Sebrae e IBGE”, enfatizou João.

Elisa apresentou um empreendimento chamado Tranças África, que surgiu há 11 anos. “Com apenas uma caixa de leite vazia, fizemos tranças e penduramos na parede de casa. Um ano depois, tínhamos tantos clientes que tivemos que abrir um espaço. Nessa época, passamos a focar então no tratamento para cabelos afros, onde não fazíamos só tranças, mas toda a parte de tratamento capilar e química voltada para os cabelos afros”, contou a palestrante. Hoje o empreendimento conta com duas unidades em Porto Alegre.

Ao final do evento, foi aberto um espaço para debate com o público.

O nosso website usa cookies para ajudar a melhorar a sua experiência de utilização.

Aceitar