Startup do Tecnosinos desenvolve software de segurança cibernética

Utilizando inteligência artificial, iCybersec criou projeto selecionado pelo Cybersecurity Innovation Fund

Crédito: GettyImages

Instalada no Parque Tecnológico São Leopoldo – Tecnosinos, a startup iCybersec foi uma das selecionadas pelo Cybersecurity Innovation Fund, um programa cujas propostas buscam solucionar diversos desafios de segurança cibernética nas áreas de educação, capacitação, segurança, infraestrutura crítica, mecanismos de resposta a incidentes e crimes digitais. Ao todo, 117 projetos na América Latina foram indicados para o programa, que tem duração de oito meses e é organizado pela Organização dos Estados Americanos (OEA), Cisco e Citi Foundation. Os 12 projetos vencedores foram selecionados no final de abril, com base em critérios de impacto, empregabilidade e trajetória da equipe fundadora.

Ao longo da seleção, a iCybersec passou por uma etapa de triagem, além de uma entrevista em inglês com uma equipe técnica de Washington. O diretor executivo da iCybersec, Luciano Ignaczak, destaca que a startup optou por desenvolver uma parte da ferramenta no projeto, chamado LGPD Data Hunter. “Concorremos com diversos projetos da América Latina. Ser selecionado para receber o aporte, mostra que estamos investindo na área certa, que é a aplicação da inteligência artificial dentro de produtos de segurança e defesa cibernética”, destaca.

Para ele, o fato de estar inserido no Ecossistema de Inovação da Unisinos dá acesso a recursos humanos de alta qualidade. “Trabalhamos com tecnologias inovadoras. Não é em qualquer lugar que se encontra um profissional que saiba desenvolver soluções com inteligência artificial. Um aluno da graduação, que começa a trabalhar com uma tecnologia dessas, já sai na frente”, destaca Ignaczak.

Para Ignaczak, a startup tem todas as características para comprovar a importância da integração com a academia. “É possível desenvolver soluções que resolvam problemas do mundo real dentro da universidade. Infelizmente, hoje, uma parcela significativa de projetos fica no papel, pois não resolvem um problema real”, destaca.

Conheça a Icybersec

Fundada pelos professores da Escola Politécnica da Unisinos Luciano Ignaczak e Márcio Garcia Martins, a startup iCybersec está incubada na Unidade de Inovação e Tecnologia – Unitec desde janeiro deste ano. Embora ambos atuem na área de Tecnologia da Informação (T.I.), Ignaczak entende que o complemento de competências foi um diferencial na criação da empresa. “Nosso objetivo é desenvolver soluções para a área de segurança e defesa cibernética que utilizem inteligência artificial e com um tipo específico de dados, que são dados não estruturados. Ou seja, textos”.

Ignaczak, está fazendo o doutorado no Programa de Pós-Graduação em Computação Aplicada (PPGCA) da Unisinos. O projeto de pesquisa propõe o uso de inteligência artificial para análise de textos de informações não estruturadas na área de segurança cibernética. “O projeto que incubamos na Unitec está alinhado com a tese que estou desenvolvendo no doutorado. Está totalmente integrado com o movimento de transformar o projeto de pesquisa em um negócio”. Ele recorda que, em 2019, período de início do doutorado, o projeto foi alinhado com o orientador, a fim de montar uma proposta de tese que fosse aplicável em cenários reais ou cenários experimentais.

O projeto está alinhado com a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) que regula as atividades de tratamento de dados pessoais ou sensíveis, inclusive nos meios digitais, visando proteger os direitos de liberdade e de privacidade. A ferramenta analisa o conteúdo de documentos eletrônicos e os classifica, de acordo com os parâmetros de confidencialidade estabelecidos pela empresa. Além disso, diz se o documento contém informações confidenciais que não podem ser visualizadas por outras áreas da empresa ou que não pode ser disponibilizado na internet. Também é possível analisar se o documento pode ou não ser enviado para fora da organização.

Um dos objetivos da solução é, de forma automatizada, através de inteligência artificial, varrer a rede os dispositivos da organização e informar dentro de um dashboard onde estão localizadas as informações confidenciais e dados pessoais dentro da empresa. Para Ignaczak, as empresas possuem dificuldade para mapear suas informações confidenciais dentro de sua infraestrutura de tecnologia. E, na pandemia, esse problema aumentou drasticamente. “Imagine que você está trabalhando em home office e baixa um documento que não deveria estar na sua máquina. A ideia é que a empresa saiba onde estão as informações confidenciais de seus clientes e funcionários. A solução que propomos está aderente ao momento de pandemia que vivemos”, ressalta.

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