Aconteceu nessa quinta-feira, 15/12, no Campus Porto Alegre da Unisinos, a Sessão Solene Extraordinária do Colegiado Pleno do Conselho Universitário de Outorga do Título de Doutor Honoris Causa a Jair Lima Krischke, presidente do Movimento de Justiça e Direitos Humanos do Rio Grande do Sul. Estavam presentes o reitor da Universidade, Pe. Sergio Mariucci; o decano da Escola de Humanidades, Luiz Rohden; a coordenadora do Núcleo de Direitos Humanos da Unisinos, Fernanda Frizzo Bragato; e o coordenador da Cátedra Unesco de Direitos Humanos, Castor Mari Martín Bartolomé Ruiz.
O evento teve início com os agradecimentos aos presentes, a execução do hino nacional brasileiro e a leitura da resolução aprovando a outorga do título de Doutor Honoris Causa. Em seguida, uma leitura da biografia de Jair Krischke foi lida por Fernanda e Castor.
Jair é porto-alegrense, nasceu em 15 de outubro de 1938, é casado, pai de cinco filhos, avô de 12 netos e bisavô de 14 crianças. É presidente do Movimento de Justiça e Direitos Humanos (MJDH) do Rio Grande do Sul e, desde os anos 1960, atua junto à UNESCO e ao Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR). Mesmo não sendo advogado, é integrante da Comissão de Direitos Humanos Sobral Pinto da OAB/RS. Além disso, é um dos maiores especialistas em ditaduras e “Operação Condor” na América Latina.
Junto do MJDH, chegou a salvar a vida de cerca de 2 mil pessoas vindas de vários países da América Latina, tendo grande participação nos anos em que aconteceram a Ditadura Militar no Brasil. Após a abertura política nesse período, o MJDH também participou de campanhas e ações contra à Ditadura, entre elas o Movimento pela Anistia, a libertação dos presos políticos brasileiros, a campanha das Diretas Já, a luta pela Constituinte e a Reforma Agrária e a revogação das leis de exceção.
Após a breve leitura de sua biografia, o evento prosseguiu com algumas palavras do decano Luiz Rohden. O professor falou sobre a importância e a dificuldade na manutenção dos Direitos Humanos e na igualdade de direitos na sociedade: “Os dados e os fatos nos mostram que grandes obstáculos impedem o avanço progressivo de uma cultura de respeito aos direitos humanos. Obstáculos conjunturais, como o poder político, obstáculos estruturais econômicos, como desigualdades sociais, e estruturais culturais como o machismo e o racismo”, completou.
Após essa fala, o homenageado recebeu seu diploma e falou um pouco de sua trajetória na defesa dos direitos humanos. Jair iniciou agradecendo em especial pelo título recebido, além de lembrar quem o ajudou durante sua vida: “Eu sinto-me honradíssimo com essa láurea que a Unisinos me confere, é uma honra enorme, mas por uma questão de justiça, eu devo compartilhar, pois ela não cabe apenas à minha pessoa. Vocês escutaram meu longo currículo, mas todo esse trabalho é fruto de um grupo de pessoas e eu peço permissão para compartilhar essa honra”. Krischke agradeceu em especial à família e aos companheiros e companheiras do MJDH e lembrou que existe um grupo de pessoas que o apoiou e participou junto dele em toda sua trajetória.
Após isso, o reitor agradeceu a presença de Jair na Universidade e falou mais da importância de sua luta a favor da democracia e dos direitos humanos:“A democracia tem que ser a gramática que impera e rege o estado de direito”.
A cerimônia terminou com a execução do hino rio-grandense e em seguida uma celebração e coquetel para Jair, sua família e os convidados presentes em sua homenagem.
