Sala de Aula do Futuro: a função do mobiliário no ensino

No Campus Unisinos Porto Alegre, um mesmo ambiente pode ter múltiplos usos

Crédito: Rodrigo W. Blum

O Campus Unisinos Porto Alegre é um lugar de encontros. Ele foi projetado para o convívio: para promover a empatia, incentivar práticas coletivas e estimular o processo de aprendizagem em todas as suas instalações, sobretudo na sala de aula, que é onde mais transparece essa relação.

Na Capital, o mobiliário e o próprio desenho das salas rompem blocos conceituais clássicos em busca da inovação por meio de interações. “O projeto responde à necessidade de manifestar o potencial de uma ideia longe dos hábitos das estruturas verticais e hierarquizadas”, destaca o professor Giulio Palmitessa, que participou dos estudos para a criação desses ambientes.

Na prática, essa proposta fica evidente na possibilidade de reorganização dos móveis e na configuração diferenciada do espaço como um todo, características que dão vida às salas da Universidade. Classes e cadeiras têm rodinhas, paredes são riscáveis e há divisórias que ampliam a área. Tudo facilmente transformável.

Para desenvolver esses espaços, a Unisinos buscou referências no Design e apostou no conhecimento de parceiros corporativos e especialistas da casa. Foram anos de pesquisas, que culminaram em um projeto de Sala de Aula do Futuro, um ambiente de estudos habilitado a comportar múltiplas dinâmicas e guiado pelo conceito CCC – comunicar, criar e compartilhar.

“Esse conceito segue uma metodologia desenvolvida em três fases, que acompanha a flexibilidade dos ambientes de ensino visando à posição comunicativa do professor articulador, aos processos criativos de aprendizagem dos alunos e, por último, aos ambientes que compartilham a conexão dentro e fora da sala de aula”, detalha Giulio.

A sala do Campus Porto Alegre nasce, portanto, a partir do conceito de flexibilidade e é a aplicação prática do conhecimento da Unisinos. Dentro dela, o mobiliário é considerado uma alavanca para impulsionar a construção do saber, uma ferramenta para que professores e alunos concebam juntos as práticas acadêmicas mais adequadas às necessidades e aspirações da turma.

Nesse sentido, poder riscar qualquer parede é uma forma de intensificar a imersão coletiva na experiência de aula, porque cerca de conhecimento as pessoas ali presentes – literalmente. De acordo com Gustavo Borba, diretor da Unidade Acadêmica de Graduação, quando se trabalha em grupo, a possibilidade de escrever ou desenhar uma ideia, em vez de apenas discuti-la com os colegas, materializa o saber tácito do estudante naquele momento. É um jeito de mostrar o que se pensa e de viabilizar a interação.

O que também potencializa o diálogo são as divisórias móveis, outro elemento importante das salas do Campus Porto Alegre. Com elas, uma atividade que antes seria feita com apenas uma turma agora pode contemplar outra: basta remover a separação entre os ambientes. Assim, um seminário pode ter um público de mais de cem pessoas e, posteriormente, ser dividido em workshops para grupos menores. Tudo depende da proposta da aula.

“Uma sala dura, sem movimento, cria dificuldades para que professor e alunos façam algo diferente. Uma sala flexível permite que a turma tenha uma interação mais forte, que possa escrever em todos os cantos, desenvolver trabalhos em grupo, formar ilhas ou semicírculos. A mobília apoia esse processo todo”, compara Gustavo.

O nosso website usa cookies para ajudar a melhorar a sua experiência de utilização.

Aceitar