Com o avanço tecnológico contínuo, a produção de resíduos eletroeletrônicos (REEE) tornou-se uma preocupação ambiental constante. A coleta desses equipamentos descartados tem se tornado uma prioridade, não apenas para a eliminação responsável, mas também para a recuperação de materiais valiosos.
De acordo com o Panorama de Resíduos Sólidos de 2022, da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), atualmente existem duas entidades gestoras responsáveis pela logística reversa desse fluxo de resíduos, a Associação Brasileira de Reciclagem de Eletroeletrônicos e Eletrodomésticos (Abree) e a Gestora para Resíduos de Equipamentos Eletroeletrônicos Nacional (Green Eletron). Somado as informações geradas por ambas, em 2021, no Brasil, foram coletados e tratados ou destinados de forma ambientalmente adequada, mais de 2100 toneladas de produtos eletroeletrônicos e seus componentes.
Na Unisinos, o Sistema de Gestão Ambiental (SGA) realiza a coleta de resíduos eletroeletrônicos desde 2015, com campanhas semestrais de conscientização para descarte desses materiais. Neste período, já foram coletadas cerca de 20 toneladas de REEE. “Estamos contribuindo com a sociedade, na medida em que garantimos que estes resíduos sejam tratados e destinados para locais ambientalmente e sanitariamente seguros e adequados”, enfatiza Marcelo Caetano, responsável pelo SGA e professor da Escola Politécnica da Unisinos.
Marcelo ainda destaca que esses resíduos possuem diversos materiais perigosos que, se forem descartados de forma inadequada no meio ambiente, podem provocar impactos significativos. “Os REEE podem possuir em sua composição físico-química desde plásticos e vidros até metais pesados como chumbo, cádmio e mercúrio. A possibilidade de concentrações elevadas de materiais tóxicos, combustíveis e reativos, torna este tipo de resíduo perigoso e com elevado potencial danoso ao meio ambiente”, explica. Como eventuais impactos ambientais estão: alteração da qualidade do ar, da água e do solo; efeitos tóxicos à fauna e flora; e efeitos tóxicos à saúde humana.
Um exemplo disso está relacionado com as enchentes que afetaram o Rio Grande do Sul nos últimos meses. O professor cita que grande parte dos resíduos sólidos podem sofrer algum tipo de degradação, lixiviação e/ou solubilização em contato com a água ou umidade, liberando um líquido mau cheiroso, com elevadas concentrações de matéria orgânica, nutrientes e alguns contaminantes. “Resíduos eletroeletrônicos, devido às suas caraterísticas físico-químicas, expostos às atuais enchentes, podem liberar contaminantes presentes para a água. Além do impacto ambiental, há elevada preocupação do contato desse tipo de produto com a população, já que vias importantes de contaminação são pele e mucosas”, frisa Marcelo.
Coleta de Resíduos Eletroeletrônicos na Unisinos
À medida que a sociedade enfrenta o desafio crescente dos resíduos eletroeletrônicos, a coleta eficaz e sustentável torna-se uma prioridade essencial para preservar o meio ambiente e promover práticas de consumo mais responsáveis. Na Unisinos, entre os dias 04 e 07/12, o SGA promoverá a tradicional coleta de resíduos eletroeletrônicos, em parceria com a empresa Reverse Gestão de Resíduos licenciada pelo órgão ambiental e responsável pelo recolhimento e destinação ambientalmente correta dos resíduos recolhidos.
Ela acontecerá das 8h30 às 19h30, em ambos os campi, sendo aberta ao público em geral. Em São Leopoldo, a coleta será realizada na Sala A01 021a do Centro Comunitário e, em Porto Alegre, no hall de entrada da Torre Educacional.
Confira os exemplos do que poderá ser coletado: Aparelhos de DVD, caixas de som, calculadoras, câmeras fotográficas, cafeteiras, celulares, carregadores, central telefônica, CPU’s, chaleira elétrica, estabilizadores, fios e cabos, fontes de micro, fornos elétricos, HD’s, impressoras, lâmpadas LED, microondas, modem, monitores, mouses, nobreaks, notebooks, placas diversas, rádios, roteadores, scanners, teclados, telefones, televisores e unidades de CD, DVD e disquetes.
Obs: Não faz parte da coleta lâmpadas fluorescentes e cartuchos de toner e/ou tinta.
Sistema de Gestão Ambiental – SGA Unisinos
Desde 2002, a Unisinos conta com o Sistema de Gestão Ambiental (SGA). A história começa em 1997, quando um grupo de funcionários da Universidade começou a pautar questões ambientais, como coleta de lixo, consumo de água e a preservação de áreas verdes. O momento foi um marco na pauta socioambiental na Unisinos e serviu como motor para a criação de diversos projetos, tendo como início o de coleta seletiva do papel.
Em pouco tempo, as atividades passaram a envolver praticamente todas as rotinas de gestão ambiental realizadas na Universidade. Cinco anos depois foi aprovado o projeto de busca da certificação ambiental do campus. Com a assinatura da portaria e da resolução do projeto ISO 14001, em 2003, o SGA começou as suas primeiras atividades. Em 2004, a Universidade foi a primeira da América Latina a obter a certificação.
O Sistema atende tanto o Campus São Leopoldo quanto o Campus Porto Alegre. As atividades da equipe envolvem conscientização ambiental, gestão e gerenciamento de resíduos sólidos – lixos domésticos, eletrônicos etc. – e efluentes – esgotos domésticos, efluentes de laboratório etc.