Quatro motivos para procurar uma incubadora de empresas

Do contato com empreendedores à captação de talentos

Crédito: Marco AF

Ter uma ideia que pode virar negócio é o primeiro passo no caminho do empreendedorismo. Transformá-la em empresa de fato, no entanto, é uma estrada longa – e frequentemente sinuosa.

Para isto servem as incubadoras de empresas: assim como os aparelhos que oferecem condições ideais ao desenvolvimento e ao crescimento de recém-nascidos, as incubadoras de empresas dão suporte para que as ideias se materializem em negócios reais.

A base desse conceito, pela definição da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores*, está na ideia de “acompanhar um negócio desde o seu estágio inicial e de ajudar o desenvolvimento de empreendimentos desde antes de seu nascimento formal e sua abertura para atuação no mercado”.

No Brasil, muitas dessas incubadoras estão situadas em universidades que colocam à disposição dos empreendedores, além de infraestrutura e alta tecnologia, um amplo portfólio de pesquisa aplicada. Na Unisinos, quem dá esse espaço aos novos empreendimentos é a Unidade de Inovação e Tecnologia – Unitec, que está dentro do Parque Tecnológico São Leopoldo – Tecnosinos.

Já em clima de Semana do Empreendedorismo e da Inovação – evento que acontece todo ano na Unisinos –, conversamos com representantes de seis startups** incubadas ou aceleradas pela Unitec que vão participar do bate-papo com empreendedores na terça-feira, 08 de maio, a partir das 19h, no Campus São Leopoldo (informações e inscrições aqui). Confira, a seguir, por que eles acreditam que a incubação vale a pena.

1. Ecossistema empresarial

De disparada, o principal motivo para buscar a incubação, segundo os entrevistados, é a imersão em um ambiente propício ao relacionamento e à troca de figurinhas com outros empreendedores. E isso, de acordo com Victor Dellorto (Deskfy), inclui a possibilidade de participar de apresentações para clientes e parceiros da incubadora, o que normalmente significa reconhecimento de marca e mais oportunidades de negócios.

Gabriel Tonietto Seibel (FDX Finanças) argumenta que esse é um ponto positivo porque representa a chance de conhecer e firmar parcerias com startups incubadas e demais pessoas que frequentam o Parque Tecnológico. Ou seja, é ótimo para networking.

Anderson Fiuza Garcia (Work Box) também acredita no potencial da incubadora de conectar gente, e isso, diz ele, “é uma das coisas mais importantes para a evolução de um negócio”. O mesmo pensa Maurício Menezes (Valencia Energia). Maurício afirma que o maior ganho para sua startup, desde que iniciou a incubação, foi a interação com dezenas de pessoas de empresas diferentes.

2. Infraestrutura

Outro ponto que merece atenção é a infraestrutura ou, como coloca Luciano Kanomata (Brasau Tecnologia), “a possibilidade de estar em um ambiente favorável ao desenvolvimento e à produção de inovações”. Para quem está no começo, montar um espaço adequado à operação da empresa nem sempre é possível. Ter um ambiente com todas as instalações já prontas, portanto, é uma mão na roda. Assim, o empreendedor não precisa se preocupar com investimentos em computadores, salas de reunião, energia elétrica etc.

3. Capacitação

A possibilidade de aprender também é resposta unânime entre os entrevistados. Gabriel (FDX Finanças) afirma: “Uma das grandes vantagens são as consultorias e mentorias dos professores. Eles trazem ideias de fora do projeto, embasadas em experiências próprias, que ajudam a diversificar os processos de criação. A mentoria acaba por apontar pontos fracos e como superá-los, além de definir metas e objetivos alcançáveis e de curto prazo”.

Por capacitação, entenda tudo que contribui para desenvolver ou aprimorar competências fundamentais para a gestão do negócio. Entram nesse quesito workshops, cursos e treinamentos oferecidos pela incubadora ou por parceiros.

4. Identificação e captação de talentos

Principalmente se a incubadora situa-se dentro de uma universidade, reconhecer e contratar talentos fica mais fácil: eles estão logo ali. Essa estratégia de captação também é uma forma de gerar renda e contribuir para o desenvolvimento socioeconômico da região onde a empresa atua – o que, novamente, é ótimo para os negócios.

Kenner Grings (Saipos) já entendeu essa relação de ganha-ganha. “Estamos muito próximos da Universidade, e isso faz com que seja muito prático encontrar talentos e mão de obra qualificada para a empresa”, comenta. Luciano (Brasau Tecnologia) conclui: “Ter uma boa ideia é importante, mas são as pessoas que fazem acontecer”.

* Estudo de impacto econômico – Segmento de incubadoras de empresas do Brasil (Anprotec e Sebrae, 2016).

** Participaram da entrevista as startups Valencia Energia; Deskfy; FDX Finanças; Saipos; Work Box e Brasau Tecnologia.

 

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