Psicanálise e Mal-estar contemporâneo

O tema foi discutido durante o I Colóquio Psicanálise e Sociedade: Por uma Ética do Sujeito

A mesa de debate sobre a Psicanálise e o Mal-estar contemporâneo marcou o encerramento do I Colóquio Psicanálise e Sociedade: Por uma Ética do Sujeito, promovido pelo Diretório Acadêmico da Psicologia Unisinos. Durante três dias foram discutidos temas relacionados à psicanálise, como a questão da saúde pública e a ética. O evento aconteceu no Auditório Central, campus São Leopoldo.

O Colóquio ofereceu aos alunos de Psicologia a oportunidade de debater assuntos do campo de trabalho da Psicanálise. Durante a manhã desta sexta-feira, 4/8, foi abordado o mal-estar contemporâneo. “Debater a atualização da Psicanálise e o que foi mudando ao longo dos anos”, destacou a professora de Psicologia da Unisinos, Simone Bicca.

A Psicanalista, Liane Pessin, esteve presente no evento durante a manhã. Ela começou falando sobre o mal-estar contemporâneo em relação à violência vivida no atual momento pela sociedade. “Não podemos nem dizer que tem mal-estar contemporâneo. Mal-estar supõe uma experiência de sofrimento, posição que denuncia o desemparo”, afirma.

Ela explica que sofrer é experimentar o desamparo, o que não seria exatamente o que se está vivendo hoje. “A gente só vive o desamparo se já viveu amparado. Se eu não vivi a experiência do amparo, não tem como se sentir desamparado. Vivemos a experiência do desalento. A gente vive a dor e o desalento”, completa.

Os atuais valores da sociedade e a ética da profissão de Psicologia também foram discutidos. Liane conflitou as mudanças nas questões que levavam as pessoas a procurarem tratamento, com as atuais. “Antes as pessoas iam se tratar porque sofriam e queriam se transformar em pessoas melhores. Hoje, as pessoas querem se tratar porque elas não desejam, não sabem o que são e o que querem ser”, ressalta.

Liane diz que muitas pessoas não têm posição sobre nada. “Só reagem, reagem politicamente, reagem socialmente, reagem amorosamente. Mas, elas não têm posição alguma”, afirma. Ela ainda questiona, para os alunos presentes, se o homem precisa tanto se conservar. “Se a gente não pode mais sofrer, então a gente não pode se construir como uma pessoa. A questão é que a gente não aprende a sofrer. Aprendemos a vencer”, conclui.

O I Colóquio Psicanálise e Sociedade: Por uma Ética do Sujeito foi direcionado para estudantes da graduação, pós-graduação e especialização na área. Outras informações sobre os cursos de Psicologia você confere no site da Unisinos.

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