É comum ouvirmos dizer que mesmo os problemas podem se tornar grandes oportunidades. Claro, nem todos têm essa visão otimista. Mas quando se trata de palestrantes do TEDxUnisinos, essa realidade é surpreendentemente inspiradora. Aaron Horowitz foi diagnosticado com uma deficiência na produção de hormônios do crescimento quando era criança. Tomar injeções diárias foi uma situação à qual ele teve que se acostumar.

A partir de sua experiência com a rotina de tratamento, ele abraçou um projeto simples e que faz a diferença na vida de crianças com Diabetes do tipo 1. Aaron, que se define como um criador e adora trazer projetos para a realidade, pegou um projeto chamado Jerry the Bear e, literalmente, botou a mão na massa para torná-lo real. De maneira quase autodidata, ele aprendeu sobre interfaces, mecatrônica e diversos outros conhecimentos necessários para construir um “melhor amigo” para as crianças com a doença.

No TEDxUnisinos ele vai, pessoalmente, inspirar quem busca uma força para dar o primeiro passo para levar um projeto adiante. Confira um pouco mais de sua história:

Como funciona o Jerry the Bear? Que tipo de interações e benefícios ele traz para as crianças com diabetes?

O Jerry the Bear é uma ferramenta de aprendizado interativa e melhor amigo para crianças com diabetes tipo 1. Jerry tem sensores sob seu pelo e uma tela sensível ao toque em sua barriga que possibilitam que a criança cuide dele. Monitorando seu nível de  glicose no sangue, alimentando-o com uma dieta saudável e administrando insulina, as crianças desbloqueiam uma série de livros animados de histórias. Recentemente, Jerry ajuda as crianças a controlar seus procedimentos médicos enquanto enfrentam as frustrações da doença.

Que outros tipos de ferramentas como o Jerry você acha que poderiam ser criadas para trazer benefícios às pessoas?

Eu vejo Jerry como uma plataforma para educação de doenças pediátricas. Estou muito empolgado para desenvolver soluções parecidas para crianças com diversas condições crônicas, de alergias alimentares a câncer.

Você acha que interfaces simples podem fazer uma grande diferença na vida das pessoas?

Com certeza! Eu acho que uma grande quantidade de complexidades podem ser reduzidas quando interfaces são incorporadas perfeitamente em nossas interações cotidianas.

O que você acha que as pessoas mais sentem falta hoje diante de tanta tecnologia e interação digital?

Natureza! Atualmente é tão fácil puxar o telefone quando estamos viajando ou mesmo andando pela rua. Eu acho que é muitíssimo importante tirar um tempo para apreciar as belezas que nos rodeiam e aproveitar a vida.

Quais são as principais maneiras de incentivar o empreendedorismo nas pessoas?

Para mim, a decisão de começar meu próprio empreendimento veio de buscar um projeto pelo qual eu fosse profundamente apaixonado. Eu estava me importando menos em abrir uma companhia do que em ver Jerry the Bear se tornar real. Então, eu diria que a principal maneira de incentivar o empreendedorismo é possibilitar e apoiar projetos apaixonantes.

Você acha que iniciativas como o crowdfunding, plataformas opensource , conhecimento conjunto e crowdsourcing podem inspirar mais pessoas a seguir seu exemplo?

Sim, crowdfunding e plataformas de código aberto têm reduzido incrivelmente as dificuldades de lançar um produto. Com websites como o Kickstarter e Indiegogo você pode criar uma demanda e ter um retorno antes mesmo de lançar o produto.

Quando se trata de realmente construir alguma coisa, eu digo sinceramente que eu não estaria onde estou hoje sem o apoio da comunidade de código aberto e plataformas de equipamentos como o Arduino. Desde que muitos projetos têm sido disponibilizados na internet, tem sido muito mais fácil de tornar os protótipos em produtos físicos.