A busca por soluções sustentáveis tem o potencial para transformar a realidade de muitas famílias. Através da conexão entre empresa e comunidade, é possível promover iniciativas voltadas à educação, geração de renda e melhoria da qualidade de vida. Entre os meses de março e junho, foi realizado o 1º Desafio Conexão CMPC Unisinos, que buscou fomentar a pesquisa, o desenvolvimento e a inovação articulada entre Universidade-Empresa e teve como vencedora uma proposta na área de Relacionamento Comunitário. O projeto foi realizado em parceria entre a CMPC Brasil e a Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). Contou com a participação de estudantes de graduação e pós-graduação da Unisinos, que foram orientados por professores da Universidade e mentorados por profissionais da CMPC.
A analista responsável pelo projeto na Unisinos, Joice Geisiane Muller Oliveira, explica que o desafio teve por objetivo acelerar a inovação, por meio da captura de novas ideias e prototipagem de potenciais soluções. “Trabalhamos com uma metodologia baseada em design thinking, que contou com workshops e sessões de avaliação com especialistas. O resultado foi muito bom, pois os alunos se dedicaram ao máximo e as propostas finais apresentaram uma boa maturidade”.
O diretor-geral da CMPC, Mauricio Harger, destaca a importância do trabalho colaborativo. “Como uma empresa sustentável, sabemos da importância de estabelecer laços e resolver desafios a partir de processos colaborativos. A Universidade é um lugar natural para encontrar soluções de maneira eficaz, rápida e com menor custo, ao mesmo tempo que oportuniza aos estudantes a experiência de trabalhar em um projeto real e ter contato com colegas, professores e profissionais da área. É um impulso para as suas carreiras”.
Ao longo de 12 semanas, os grupos buscaram solucionar problemas apresentados pela CMPC, em quatro áreas: Industrial, Florestal, Logística e Relacionamento Comunitário. A equipe 12, composta pelas estudantes Bruna Konzen Severo, Caroline Scherer da Silva, Julia Oliveira Gomes e Natália Rasquinha Leal, foi a vencedora do desafio. O grupo apresentou uma solução para a gestão de resíduos sólidos ambientalmente adequadas no meio rural.
Estudante do décimo semestre do curso de Engenheira Ambiental da Unisinos, Bruna Konzen Severo, explica que o grupo escolheu trabalhar uma solução que possa vir a minimizar impactos ambientais e ainda contribuir para a melhoria da qualidade de vida nas comunidades. “A disposição incorreta dos resíduos sólidos é recorrente e causam danos graves ao meio ambiente, como perda da biodiversidade local, poluição atmosférica, hídrica, solo e visual. Além disso, este tipo de ação irregular pode impactar negativamente na saúde da população”.
Um projeto para transformar a realidade local
Não pense que foi fácil propor uma solução de relacionamento comunitário, que ajude a transformar a realidade das comunidades impactadas pelo trabalho realizado pela CMPC. Antes de chegar à solução vencedora do desafio, o grupo 12 precisou percorrer uma extensa jornada, que começou com o mapeamento de cerca de 280 comunidades, em áreas de atuação da empresa. Após um filtro de prioridades, foi escolhida a comunidade Recreio, em Minas do Leão, como foco do projeto trabalhado pelo grupo.
Bruna conta que, foram realizadas visitas à comunidade, conversa com moradores, reuniões com as autoridades e discussões com as mentoras e orientadoras. “A visita à comunidade foi fundamental para a criação do projeto, pois tínhamos outra visão do local. Ao chegar lá, percebemos que havia mais desafios a serem enfrentados, uma vez que se trata de uma comunidade de recicladores, localizada numa área em situação de vulnerabilidade social. Entendemos que não poderia ser apenas uma solução, e sim um conjunto de ações”.
A proposta apresentada pelo grupo está estruturada desde a identificação de líderes comunitários; desenvolvimento de programas e parcerias com instituições públicas ou privadas; criação de um disque denúncia ambiental local; construção de Ecopontos; e campanhas e treinamentos de conscientização ambiental. “Atualmente a CMPC enfrenta o desafio de eliminar a disposição irregular de resíduos sólidos em seus hortos florestais. Focamos em propor uma mudança cultural, buscando realizar a conexão entre a comunidade e o horto florestal que os rodeia”, explica Bruna.
Bruna entende que o desafio a provocou a pensar “fora da caixa” e buscar soluções que atendessem às necessidades da empresa e, principalmente para a comunidade Recreio. Para ela, os workshops e mentorias propiciaram um melhor entendimento do desafio, além dos momentos de trocas de conhecimento com outros colegas, o que trouxe interdisciplinaridade. “Participar do desafio foi uma oportunidade e experiência única pois, como estudante, foi possível conhecer os processos, o lado da empresa e, também, da comunidade. Isso agrega na nossa trajetória profissional, uma vez que ajuda a ter um olhar socioambiental do todo”.
