A busca por soluções inovadoras para a retomada da economia após a crise causada pela pandemia é um dos objetivos do Programa BRDE LABS, criado pelo Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE). No Rio Grande do Sul, o programa foi coordenado pela aceleradora VENTIUR, com o apoio das três universidades que integram a Aliança para Inovação através de seus parques tecnológicos – UFRGS (Zenit), PUCRS (Tecnopuc) e Unisinos (Tecnosinos).
Lançado em maio, o BRDE Labs teve 188 startups inscritas no Estado. Dessas, 30 participaram da etapa de pré-aceleração e 12 foram escolhidas para a etapa de aceleração. Realizada entre agosto e novembro, a aceleração chegou ao final na última segunda-feira, 30 de novembro. Na oportunidade foi realizado o Demoday, um evento online para relato de resultados e apresentação das sete finalistas, que haviam sido escolhidas no dia 26, através de uma banca online. São elas: Alloy, Digifarmz, Elysios, Essent Agro, Faba, Optim e Palma Sistemas.
Durante o Demoday, cada startup finalista teve quatro minutos para apresentar o negócio, bem como o seu desenvolvimento ao longo do programa e mais dois minutos para interação com a banca. Segundo a avaliação do comitê técnico e da banca, as startups Palma Sistemas, DigiFarmz e Elysios foram as que demonstraram o melhor desempenho, sendo confirmadas como as vencedoras da edição 2020 do Programa BRDE Labs. Como prêmio, elas recebem R$ 25 mil, R$ 15 mil e R$ 10 mil, respectivamente.
“O BRDE atua em três pilares de inovação: no crédito, operando linhas e sendo o banco que mais tem investido em inovação e tecnologia; participando como cotista de fundos de investimento, um tipo de iniciativa extremamente adequada ao ecossistema de inovação, e com o apoio a programas como o BRDE Labs”, afirmou o presidente do BRDE, Luiz Corrêa Noronha. “Estamos muito satisfeitos com o resultado desse trabalho, que apresentou diversas soluções. Temos startups que desenvolveram ferramentas para o agronegócio, para as pequenas, micro e médias empresas, além de soluções para a saúde”, comemorou.
Para o presidente do Conselho da Ventiur, Carlos Klein, a pandemia colocou os organizadores do programa diante de um grande desafio: executá-lo 100% de forma digital. “Nos permitiu crescer, através de um modelo de aceleração que funcionou. Tivemos startups com boa densidade tecnológica, que são fruto da academia. Conseguimos demonstrar no programa a capacidade que temos de gerar impacto na sociedade”.
O secretário de Inovação, Ciência e Tecnologia, Luís Lamb, destacou a importância do BRDE Labs, que mostra a união de esforços em prol do Estado. “Essa parceria tem contribuído para instituir uma cultura de inovação, mostrando um pouco do que queremos construir para o Estado: uma economia inovadora que agregue valor à nossa matriz econômica produtiva”.
Segundo a diretora de inovação da Unisinos e CEO do Tecnosinos, Susana Kakuta, o BRDE Labs é resultado de um sonho iniciado a partir do lançamento do edital. “Não tínhamos dúvidas de que esse seria um projeto que poderíamos realizar de forma colaborativa através da Aliança para Inovação. Acreditamos nos ecossistemas de inovação. Trabalhamos no nosso dia a dia fomentando o crescimento de startups, a fim de possibilitar a inserção do Brasil na geoeconomia. E isso passa pelo surgimento de startups fortes e escaláveis, como as que vimos aqui”.
O superintendente de Inovação e Desenvolvimento da PUCRS, Jorge Audy, destacou que este é um projeto que conta com a participação de cada um dos ecossistemas de inovação que integram a Aliança para Inovação. “É muito importante para nós em termos de ação ecossistêmica ter esse protagonismo. Essa edição do projeto do BRDE no Rio Grande do Sul foi um sucesso. Fiquei impressionado com o ótimo nível dos projetos apresentados pelas empresas, que tinham um grau de maturidade desenvolvido e alto um potencial de crescimento”, avalia.
A diretora do Parque Zenit da UFRGS, Roberta Bussamara, ressaltou a importância da iniciativa, especialmente neste período de excepcionalidade que vivemos. “O BRDE Labs é um programa que vai ter impactos positivos no desenvolvimento do Estado e na retomada da economia no pós pandemia. Acreditamos que o empreendedorismo é um importante motor da inovação e fator chave na busca de respostas rápidas aos desafios da nossa sociedade”.
ACELERAÇÃO
Foram realizados 14 bootcamps, com foco em comunicação, gestão, legislação, liderança, linhas de crédito, marketing, tecnologias digitais, vendas, dentre outros. Além disso, reuniões de acompanhamento e eventos de capacitação com foco no desenvolvimento dos empreendedores.
Durante o processo de aceleração, as startups foram acompanhadas pela aceleradora e por profissionais indicados pelo BRDE Labs, Ventiur e Aliança para Inovação. Essa rede de mentores agregou conhecimento, experiência de mercado e abriu portas para as startups através de suas conexões. Também foram conduzidas atividades específicas para apoiar as startups no alinhamento de suas soluções às necessidades do mercado para o pós-crise.
AS STARTUPS VENCEDORAS
A Palma utiliza tecnologia para salvar vidas. A startup desenvolveu um dispositivo para gestão hospitalar que controla o nível de higienização em ambientes de risco, evitando contaminação, agravamento de quadros dos pacientes, óbitos e prejuízos financeiros aos sistemas de saúde. O sistema funciona a partir de um hardware que faz a leitura do crachá do funcionário (médico ou enfermeiro) ao entrar ou sair de em determinado ambiente, liberando uma quantia de álcool gel para que ele faça sua higienização. Essa informação é recolhida, processada e monitorada para verificar quais blocos e funcionários estão realmente protegidos.
Desenvolve uma plataforma de recomendações agronômicas inteligentes em fitossanidade. A ferramenta combina dados de pesquisas, informações climatológicas, genética de cultivares, datas de semeadura, local e outros parâmetros, para apresentar recomendações inteligentes. Os beneficiários são produtores, agrônomos e consultores que fazem o manejo fitossanitário das doenças da soja e que passam a contar com novos parâmetros para uma melhor tomada de decisão.
Sua plataforma “Caderno de Campo Digital” é um sistema que reúne todos os dados da propriedade rural e entrega uma ferramenta para gestão e análise. Pode ser usada pelo agricultor para gerir sua propriedade e cultivo, tanto aberto quanto protegido, ou para uma cooperativa integrar seus produtores e auxiliá-los de uma forma mais digital e otimizada.
SOBRE A ALIANÇA PARA INOVAÇÃO
A Aliança para Inovação é uma articulação entre UFRGS, PUCRS e Unisinos, que objetiva potencializar ações de alto impacto em favor do avanço do ecossistema de inovação e do desenvolvimento. É um trabalho conjunto das três universidades que têm, na visão de futuro, a construção de um ecossistema mais acolhedor, melhor para empreender e viver. Além de oferecer oportunidades inovadoras para formar e atrair talentos, o movimento de mudar a região, pretende engajar a sociedade, além de outras instituições, poder público, empresas e associações.