Três professores da Unisinos foram agraciados com o Prêmio Pesquisador Gaúcho 2019. Promovida pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio Grande do Sul (Fapergs), a premiação anual foi criada com o objetivo de reconhecer o trabalho de pesquisadores nas mais diversas áreas do conhecimento, destacando a importância do investimento em ciência, inovação e tecnologia como ferramentas para alavancar o desenvolvimento do Estado. No total, 153 indicações foram realizadas por instituições de pesquisa, ensino, empresas e institutos.
A solenidade, realizada no dia 31 de outubro, no Salão de Convenções da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), em Porto Alegre, contemplou 13 categorias. Entre elas, a de Pesquisador Destaque, que reconhece profissionais que fizeram uma carreira brilhante na ciência e contribuíram significativamente em suas áreas do conhecimento. Danilo Romeu Streck, do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade, foi premiado na área de Educação. Professor e pesquisador das áreas de educação popular, educação e exclusão social, mediações pedagógicas e processos participativos, coordena, atualmente, o grupo de pesquisa Mediações Pedagógicas e Cidadania.
“Embora o prêmio tenha um caráter individual, no sentido de que só uma pessoa o recebe, vejo nele o reconhecimento de um trabalho coletivo: o apoio das pessoas mais próximas no cotidiano, como a família; o grupo de pesquisa formado por bolsistas de iniciação científica, mestrandos, doutorandos, pós-doutorandos e outros pesquisadores; os colegas do programa de pós-graduação e de outras instituições; o apoio da Universidade que propicia as condições para realizar pesquisas; e, ainda, as agências que aportam recursos para realizar o trabalho. Em outras palavras, o prêmio torna visível esta imensa rede que viabiliza o trabalho acadêmico”, afirma o professor.
Renata Guimarães Netto foi premiada como Pesquisadora Destaque na área de Geociências. Professora no Programa de Pós-graduação em Geologia da Universidade, ela foi presidente da Sociedade Brasileira de Paleontologia de 2001 a 2005. Atua em pesquisa científica na área de Icnologia desde 1983, estudando a atividade de metazoários (especialmente invertebrados) e, nas últimas duas décadas, bactérias, junto ou dentro de substratos e suas aplicações na geologia sedimentar, com ênfase em estudos paleoambientais e estratigráficos de alta resolução.
“Pela primeira vez esse reconhecimento foi concedido a uma mulher e considerou a pesquisa em uma área de interface, com foco nas biogeociências. Como profissional, tenho muito orgulho de ter sido premiada e penso que esse prêmio não é só meu, mas também do meu grupo de pesquisa e da Unisinos, que sempre me deu muita liberdade, apoiando minhas decisões estratégicas em relação à escolha dos projetos de pesquisa com os quais me envolvi até o momento. Trabalho com um tema de interface entre as biociências e as geociências e, apesar do foco da minha pesquisa ser geocientífico, ele não perpassa o ‘núcleo duro’ da Geologia. Ter sido destacada pelo meu trabalho tem muito valor, já que sou pioneira na área de Icnologia no Rio Grande do Sul e a primeira doutora formada nessa especialidade no Brasil”, comemora.
Outro agraciado como Pesquisador Destaque foi Leonardo Maltchik Garcia. Professor do Programa de Pós-Graduação em Biologia da Unisinos, ele atua na linha de pesquisa em ecologia aquática, com ênfase em diversidade, distribuição e conservação de espécies aquáticas das áreas úmidas do sul do Brasil. Seus atuais projetos de pesquisa estão envolvidos em compreender o papel das variáveis locais e regionais na distribuição de espécies aquáticas e compreender melhor a influência do meio ambiente em processos de envelhecimento usando como modelo peixes anuais. Nos últimos anos, teve forte vínculo com a pesquisa aplicada, reconhecendo a biodiversidade dos arrozais e analisando práticas desses agroecossistemas que contribuem com a conservação da biodiversidade das áreas úmidas do sul do Brasil.
“Ser agraciado com o Prêmio Pesquisador Gaúcho na área de Ciências Biológicas é o reconhecimento da principal Fundação de Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul de que a pesquisa que realizo com meus alunos dentro da Unisinos ganhou destaque no cenário mundial. Dezenas de artigos científicos foram publicados sobre a importância das áreas úmidas (banhados) e sua biodiversidade em jornais científicos de qualidade, muitos deles em colaboração com pesquisadores de outras instituições nacionais e internacionais”, enfatiza.