Pluralismo cultural

Grupo de Cidadania e Cultura Religiosa Afrodescendente - NEABI - Balanço Social 2013

O projeto é formado por um grupo heterogêneo, que envolve crianças, jovens e adultos de diferentes denominações religiosas, na busca coletiva de um maior conhecimento das culturas herdadas da África e de formas de acesso e inclusão social e educacional nas escolas e na universidade. O objetivo é formar educadores afrodescendentes para serem multiplicadores da cultura e identidade negra. Desta forma, o NEABI se constitui num espaço acadêmico e de interface com a comunidade no qual se realizam atividades programadas – estudos e pesquisas, documentação e produção de textos e materiais, cursos, seminários, conferências e divulgação. Para tanto, é acompanhado por um órgão consultivo, denominado Grupo Articulador.

O Grupo Articulador da temática da educação das relações étnico-raciais é constituído pelos professores coordenadores e membros da equipe do NEABI, por integrantes de diferentes setores da universidade e por pessoas da comunidade. Entre as tarefas do grupo está acompanhar a implementação da Lei 10639/03, que versa sobre o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana, e ressalta a importância do negro na formação da sociedade brasileira. Para que o tema seja trabalhado em sala de aula,  no ano de 2013, duas disciplinas com foco nestas questões foram ministradas na graduação: Afrodescendente e América Latina e Educação das Relações Raciais e Culturais na Educação Básica.

“Eu tinha muito preconceito da minha cor, parecia que nada dava certo, que as pessoas me olhavam diferente.”

Talita dos Santos, integrante do Neabi

Além desse trabalho de pesquisa, o projeto cidadania também se dedica a questões sociais. A história de Talita dos Santos (na foto à direita) ilustra um pouco esta realidade. “Eu estava desempregada, com meus familiares doentes, quando uma amiga foi me visitar e disse que eu deveria procurar o pessoal do Neabi, na Unisinos. Quando eu cheguei aqui eu chorava muito, principalmente porque eu queria uma oportunidade de trabalho. Eu tinha muito preconceito da minha cor, parecia que nada dava certo, que as pessoas me olhavam diferente. A Deva (professora coordenadora do Neabi) me ajudou a vencer esse preconceito, e me mostrou que eu era igual a qualquer um, que eu poderia entrar em qualquer lugar. Nessa época deixei meu currículo na Dalkia (hoje Vivant) e no outro dia fui chamada para uma entrevista. Estou trabalhando aqui vai fazer seis anos, essa oportunidade me abriu portas, descobri que eu posso fazer tudo o que quero e com o meu esforço eu posso adquirir as coisas que eu desejo. Aqui no Neabi nós somos uma família, eu me descobri através deles, eu não tinha identidade, hoje eu sou uma pessoa diferente, que conversa, que não tem vergonha. Eu devo tudo isso ao Grupo de Cidadania, minha mãe me ganhou o eles me criaram, pois aqui foi onde eu comecei a me descobrir. O Cidadania para mim é uma vitamina, porque ele me fortalece e abriu muitas portas. Eu quero poder passar isso para muita gente da minha cor, porque nós pretos somos envergonhados, mas isso é bobagem porque todos somos iguais”.

Esta matéria foi realizada em meados de 2014, referente ao Balanço Social 2013.

O nosso website usa cookies para ajudar a melhorar a sua experiência de utilização.

Aceitar