Uma equipe interdisciplinar, preocupada em criar e manter vínculos entre a sociedade e o meio ambiente. É assim que os integrantes do Programa de Ação Socioeducativa na Comunidade – Pasec se definem. O grupo, composto por profissionais e estagiários da biologia, nutrição, psicologia e serviço social, atende crianças e adolescentes de 6 a 15 anos no contraturno escolar. “A horta é nossa ferramenta pedagógica, e é por meio da horta que as outras áreas do conhecimento se inserem, como a educação alimentar, ambiental, questões de cidadania e vínculos sociais”, explica o coordenador do projeto, biólogo Gelson Fiorentin.
Cada grupo de alunos da escola Municipal de Ensino Fundamental Santa Marta é atendido três vezes por semana, para que se fortaleçam as questões de pertencimento, que o serviço busca incentivar. Um dos eventos promovidos pelo Pasec é o Mutirão Ecológico. Durante esta atividade, é realizado o plantio de mudas nativas em torno da nascente do Arroio da Manteiga e é feita a limpeza do local, que fica próximo ao colégio.
“A gente trabalha com visitas domiciliares, e, em algumas residências já é possível ver frutos do projeto.”
Andressa Sales Martins, estagiária de biologia do Pasec
O trabalho de recolhimento de lixo tem mostrado ótimos resultados, pois os objetos retirados do local diminuem ano a ano. Além disso, há palestras de conscientização da importância de preservar o meio ambiente, na busca construir laços entre as pessoas e a natureza. Ações culturais, como teatro, são apresentadas à comunidade nos dias de mutirão, e atividades como brechó e cuidados com o embelezamento, também são oferecidas aos moradores da região.
A estagiária de biologia do Pasec, Andressa Sales Martins, está no programa desde setembro de 2012 e afirma que participar do grupo mudou a forma com que ela vê a vida “A função do biólogo nas questões sócio ambientais vai bem além do que eu imaginava, e possibilita enxergar o mundo de outra maneira. A integração da equipe ajuda neste aprendizado. A gente trabalha com visitas domiciliares, e, em algumas residências já é possível ver frutos do projeto. É uma alegria quando vemos que as crianças têm hortinhas, que a mãe usa o chá cultivado ali e que a família faz sal temperado com as ervas produzidas no canteiro de casa”, conta.
A perspectiva do programa é que essas ações impactem positivamente na construção dos direitos humanos como elemento central ao desenvolvimento local sustentável e à formação de profissionais sintonizados com as necessidades sociais da comunidade em que estão inseridos. Ao que tudo indica Andressa já faz parte deste grupo diferenciado e será uma futura bióloga preocupada com o entrelaçamento entre as questões sociais e ambientais na construção da cidadania.
Esta matéria foi realizada em meados de 2014, referente ao Balanço Social 2013.