Consolidar, ampliar e transformar processos de ensino e aprendizagem que vem sendo construídos com professores de todas as áreas da Unisinos, especialmente a partir de 2018, foi o mote do segundo dia das atividades de capacitação docente. Nas oficinas e planejamentos de aula realizados de manhã a noite nos dias 16 e 17, no campus Porto Alegre, as reflexões giraram muito em torno das competências a serem desenvolvidas com o novo formato da Graduação PRO, lançada em novembro pela universidade. As mudanças de perspectiva de alguns cenários e contextos irão além da grade curricular, levando a sala de aula para fora dos limites físicos da Universidade. Dessa forma, os professores possuem o desafio de projetar novas experiências aos estudantes, colocando em prática seus conhecimentos em atividades nas quais os docentes e alunos aprendem e ensinam em conjunto.
A capacitação docente, organizada em três grandes momentos, foi pensada para inspirar práticas e trocas de conhecimento entre professores. A primeira etapa, na noite do dia 15, foi a ocasião de ouvir histórias inspiradoras de docentes e alunos. O segundo dia, voltado para realização de oficinas, exploraram de diversas formas as competências para o século 21, já mapeadas pela Universidade e concretizadas em projetos como o Unisinos LAB – como aquelas que envolvem processos criativos; pensamento computacional e resolução de problemas. Já no último e terceiro dia, os professores tiveram tempo para planejar seu semestre, em reuniões colegiadas e compartilhadas entre os cursos, a espera de mais um semestre com muitas novidades para os alunos.
Emoções e sensações a partir da imagem e do som
Integrado a programação das oficinas da Formação Docente de 2019, as professoras de Publicidade e Propaganda, Márcia Molina e Magda Ruschel, ministraram a atividade de Imagem e Som: novas formas de olhar, ouvir, sentir e criar. Para elas, o objetivo foi promover o desenvolvimento do processo criativo, por meio de experiências de imagem e som, estimulando um novo olhar e ouvir.
Voltada para as sensações e emoções além da sala de aula, a oficina abordou a fotografia e a música no processo de criação, com as quais se ampliam os canais de percepção, lógica, abstração, simbolização, sensibilidade estética e composição. Para a professora Márcia, a criatividade de um indivíduo fortalece a sua capacidade de buscar mais respostas para um determinado assunto. “O ato de criar fornece novos panoramas e perspectivas para a compreensão de uma ação futura. Desta forma, a arte, aliada ao bem-estar, possibilita a criação de diversas possibilidades, dentre elas a de se produzir imagem e som”, declarou Márcia.
Além disso, a atividade teve como finalidade propiciar uma retomada do ser consciente, e de seus valores internalizados e significativos, que por vezes reduzem a relação entre o intelecto e o emocional, propiciando aos participantes uma reflexão sobre o exercício docente de modo geral.
“Pensamento computacional não é apenas programação”
Na oficina de Pensamento Computacional, ministrada pelo Professor Doutor em Comunicação João Ricardo de Bittencourt, os professores tiveram contato com experiências lúdicas e interativas. “Muitos associam pensamento computacional com aprender a programar, entretanto, não é só isso. Tem duas concepções bastante importantes”, fala João, explicando as premissas do pensamento.
A primeira está ligada à “tecnocultura”. Estar ciente de que existe uma vasta gama de aparelhos eletrônicos e dispositivos virtuais que permeiam o cotidiano atual, o qual não se pode estar alheio. Já a segunda concepção que faz parte do Pensamento Computacional tem relação com a forma de resolução de situações. “Tornar os problemas simples, encontrar padrões, criar abstrações e modelos que poderão ser implementados em sistemas computacionais”, fala o professor.
Os conceitos foram passados através de um jogo prático em formato de escape game narrado, no qual os participantes resolveram problemas usando a lógica em até 60 minutos. Segundo João, os conhecimentos passados podem ser atribuídos a qualquer área do conhecimento, de maneira que busca facilitar a resolução de situações tanto dentro das salas de aula, quanto na vida pessoal cotidiana.
Ao ser convidado pelo time da Formação Docente, João pensou em realizar a oficina por ser um jogo analógico prático, utilizando conceitos do pensamento computacional de um programador. “Fiz essa oficina no Conecta e foi bem divertido. Além de ver os conceitos na prática, é uma forma de reforçar que o pensamento computacional é prática e está além do computador”, comenta.
Uma atividade para estimular o desenvolvimento profissional
Em uma iniciativa voltada para o aprendizado e novas perspectivas de ensino, a dinâmica chamada Café com ideias, uma experiência positiva que já aconteceu em outras capacitações, voltou a integrar a programação do evento em 2019. Situações no mercado, na sala de aula e trabalhos a partir de múltiplas referências estiveram presentes nos bate-papos que tem o objetivo de estimular o uso e o compartilhamento de diferentes abordagens e práticas de forma interdisciplinar.
Uma das iniciativas, ministrada pelos designers Leandro Tonetto e Dinara DalPai, propôs uma abordagem diferente, utilizando exemplos de vivências práticas para resolução de problemas em cada área, especialmente utilizando a metodologia de workshops, que auxiliam no aprendizado e troca de experiências. “Utilizamos ferramentas e processos com foco na pesquisa, na descoberta e no exercício da criatividade que busca suporte em conhecimentos de diferentes áreas”, comentou Dinara. “A importância da atividade está na troca de experiências entre áreas. Técnicas usuais em alguns cursos podem ser em outros uma inovação”, completou..
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