Pesquisando para fazer a diferença no mundo

Escola de Saúde e Politécnica, em parceria com itt Chip e a startup Biosens, atuam em novo teste rápido para Covid-19

Crédito: Roberto Caloni

Em meio à pandemia, o isolamento social e a testagem são alternativas para conter a disseminação do vírus. Profissionais da área da saúde do mundo inteiro trabalharam durante todo ano em pesquisas por soluções para o enfrentamento da Covid-19. Na Unisinos, um grupo de pesquisadores e alunos da Escola de Saúde e Politécnica, em parceria com a startup Biosens e o Instituto Tecnológico de Semicondutores – itt Chip, atuou no desenvolvimento de um dispositivo de teste rápido para detectar a doença. São muitas opções de testes rápidos pelo mundo, mas esse possibilita a realização por biologia molecular.

O teste rápido que está sendo desenvolvido visa detectar a presença do vírus causador da Covid-19, mas também pode ser direcionado no futuro para outros agentes infecciosos. Esse produto tem resposta rápida e com menor custo. “Dois tipos de testes rápidos são disponíveis hoje, alguns buscam a presença de anticorpos que resulta da resposta imunológica do indivíduo, processo mais lento, leva em torno de 15 dias após a infecção. E existem também testes rápidos que buscam a presença do vírus, contudo não existe no Brasil ainda um teste rápido que trabalhe com técnicas de biologia molecular, ou seja, capaz de detectar quantidades muito pequenas de vírus (ou outros microrganismos). Se for possível trazer técnicas de biologia molecular para o contexto de testes rápidos, será possível identificar rapidamente as infecções e assim direcionar as intervenções necessárias”, afirma a professora e pesquisadora, Priscila Lora.

O projeto tem forte relação com os trabalhos de conclusão do mestrando em Engenharia Elétrica, Samuel Maraschin e a graduanda em Biomedicina, Natasha Malgarezi que atuam no estudo. São três pontos essenciais que compõem o funcionamento do teste e trazem inovação tecnológica. O primeiro é uma forma alternativa de preparar a amostra para técnica. Samuel explica que para ser analisado, o material genético precisa ser extraído das células, o que acontece hoje por kits comerciais que trabalham com processos complexos e demorados por meio de reagentes químicos. Em seu trabalho de mestrado, ele desenvolve um dispositivo elétrico capaz de realizar esse processo em poucos segundos e sem uso de qualquer tipo de reagente químico. O segundo ponto é o uso de uma nova forma de detectar a presença do material genético, utilizando a tecnologia de CRISPR. “O acrônimo CRISPR diz respeito a uma molécula que permite personalizar a procura dentro do DNA, ou seja, podemos programar qual doença ou vírus queremos achar em determinada amostra”, completa Samuel.

O último ponto é o uso de grafeno, o que complementa as necessidades técnicas para o funcionamento do produto. A estudante Natasha conta que seu trabalho de conclusão de curso traz um recorte do projeto. “Esta oportunidade é muito importante, pois possibilita trabalhar com tecnologia de ponta dentro da minha graduação ainda. Sou muito grata por ter a oportunidade de utilizar duas tecnologias vencedoras de Prêmios Nobel (CRISPR e grafeno) no meu TCC, poucos lugares oferecem essa oportunidade, fiquei feliz de conseguir isso ainda na graduação e dentro da Unisinos”, ressalta. Por fim, o produto em desenvolvimento apresenta uma alternativa integrada, sensível e específica de detectar a presença do vírus causador da Covid-19. Além dos avanços tecnológicos, essa pesquisa apresenta a possibilidade de produzir uma tecnologia em saúde, com real impacto no cuidado, inteiramente no Brasil.

Esta matéria foi escrita em meados de 2021, referente ao Balanço Social 2020.

O nosso website usa cookies para ajudar a melhorar a sua experiência de utilização.

Aceitar