Pesquisadores da Unisinos realizam expedição na Antártica 

Objetivo do projeto foi de compreender como as mudanças climáticas dos últimos 66 milhões de anos afetaram as biotas no Continente

A Escola Politécnica, representada pelos pesquisadores Gerson Fauth, Karlos Kochhann e Rodrigo Guerra, do itt Oceaneon, e Rodrigo Scalise e Bruna Schneider, do Museu da História Geológica, enfrentaram o Estreito de Drake para chegar ao Continente Antártico. A equipe realizou escavações de fósseis na Península Antártica.  

Scalise explica que o objetivo do projeto foi de compreender como as mudanças climáticas dos últimos 66 milhões de anos afetaram as biotas no Continente Antártico. “A expedição foi financiada por meio dos projetos CNPq ProAntar desenvolvidos pelos pesquisadores da Geologia Unisinos”, completa. 

A missão fez parte da Operação Antártica 42. O projeto Paleoclima CNPq Unisinos se dividiu em dois grupos porque havia duas áreas de interesse, ambos na Península Antártica. 

Crédito: Divulgação.

O professor lembra que a primeira equipe, formada por Karlos Kochhann, Rodrigo Guerra e Bruna Camila Schneider partiu dia 28 de dezembro de 2023, trabalhou por 60 dias e ficou acampada, inicialmente, em Cape Melville. “O acampamento foi parcialmente devastado por ventos de mais de 120 Km/h, foram perdidos algumas barracas, objetos, cozinha, onde os pesquisadores passaram por momentos bastante tensos. Este foi motivo do qual tiveram de ser resgatados com auxílio de helicópteros do Navio Polar Ary Rongel e transferidos a outra localidade de mesmo interesse: Lions Rump”. 

O pesquisador conta que lá, em ambiente menos extremo, os pesquisadores puderam efetuar toda a coleta de material de rocha e de fósseis com maior segurança. “No fim, foi um sucesso total”. 

A segunda equipe, formada por Gerson Fauth e Rodrigo Scalise, saiu do Brasil dia 23 de janeiro, trabalhou na Baía do Almirantado, em duas localidades de sítios fossilíferos importantes, em Hennequin Point e Arctowski. “Especialmente em Arctowski foram coletadas folhas de plantas fósseis de mais de 66 milhões anos atrás. A terceira localidade, em Low Head Point, foi acessada por meio do apoio dos botes do Navio Polar Almirante Maximiano”, lembra Rodrigo. 

As duas equipes atravessaram a Passagem de Drake em fevereiro, e voltaram ao Brasil no avião militar KC 390 Millennium. 

Sobre o Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR) 

O Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR) é um programa de Estado cujo objetivo maior é a produção de conhecimento científico sobre a Antártica e suas relações com o restante do sistema climático global, envolvendo a criosfera, oceanos, atmosfera e biosfera. O PROANTAR garante a presença da comunidade científica brasileira na Antártica desde o verão de 1982/83. 

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