Quando o país passa por momentos de incertezas, de que forma reage a população: com o otimismo para transpor obstáculos ou com a descrença de um futuro melhor? O que demonstram a tranquilidade de uns e a indignação de outros? Qual o nível de envolvimento das pessoas com questões políticas e econômicas que norteiam o progresso da nação?
Para responder a essas perguntas, as estudantes Francieli Kopper, Gabriele Schabarum e Mônica Klaus (Administração) e Fernanda Alencastro (Comércio Exterior) conduziram uma pesquisa mercadológica em Porto Alegre e na Região Metropolitana, sob coordenação da professora Fernanda Zilles.
A análise contou com 21 entrevistas qualitativas e 321 quantitativas. Entre os respondentes, 46,4% são do sexo masculino e 53,6% do feminino. A média de idade é de 30,29 anos. Confira as principais conclusões da pesquisa, que pode ser conferida na íntegra no Prezi:
Sentimentos
Entre as respostas, o quesito preocupação foi o que teve maior representatividade (15,80%), seguido de indignação (14,30%) e insatisfação (13,40%). A primeira opção positiva apareceu apenas na 11ª posição: otimismo (1,30%).
Meios de comunicação
De acordo com o grupo, os meios de comunicação ajudam a criar imagens sobre o cenário do país. Nesse sentido, a avaliação negativa foi mais expressiva no meio televisivo, ou seja, quem assiste à televisão tende a considerar pior a situação política brasileira. Outros dois canais de comunicação, contudo, também se destacaram: redes sociais e conversas com amigos e colegas.
“Poucos entrevistados se consideram bem informados sobre as questões político-econômicas do país. Acreditamos que essas respostas tenham uma conexão direta com o que identificamos em relação aos meios de comunicação, pois, talvez, a restrição de algumas informações através da televisão, das redes sociais, internet e dos jornais exija um esforço maior do cidadão que deseja se manter bem informado, o que demanda tempo e até mesmo o conhecimento de onde buscar a informação mais completa”, concluíram as estudantes.
Grau de otimismo
Os resultados da pergunta em relação ao grau de otimismo dos entrevistados quanto ao cenário de mudanças e melhorias no país apresentaram média próxima a “muito pessimista”.
As alunas explicam: “Acreditamos que esse fato se dá pela grande quantidade de mudanças pelas quais o país tem passado. Exemplo disso são as notícias sobre cortes nos benefícios concedidos pelo Ministério da Educação desde o início do ano, principalmente no que diz respeito ao Fies e ao Pronatec. Além disso, também podemos citar o aumento nas contas de luz, a inflação, as greves etc. É possível que a incerteza e a insegurança causadas por esses e outros fatores sejam parcialmente responsáveis pelo grau de pessimismo do povo sobre mudanças e melhorias”.
Confiança a longo prazo
Os entrevistados demonstraram estar pouco confiantes quanto à melhoria da situação do país nos próximos meses. Entretanto, apresentaram certo nível de otimismo quando questionados sobre a possibilidade de crescimento econômico a longo prazo (nos cinco anos seguintes).
Possibilidades de compras
“Produtos com maior valor agregado apresentam menores possibilidades de compra, ou seja, parece haver receio em investimentos altos no período atual, possivelmente porque tais produtos comprometem um percentual significativo da renda”, finalizam as alunas.