Pesquisa realizada pelo itt Oceaneon traz novas descobertas sobre incursões marinhas no Nordeste brasileiro

Crédito: Divulgação

Há cerca de 125 milhões de anos, a América e a África ainda estavam se separando. Quando ainda era só um continente chamado Gondwana, as massas continentais já estavam quase totalmente desgrudadas devido à movimentação das placas tectônicas terrestres. Essa informação já era de conhecimento da comunidade científica quando o professor Gerson Fauth, coordenador do itt Oceaneon e professor da Escola Politécnica, e uma grande equipe de pesquisadores deram início ao artigo publicado na Scientific Reports, revista do grupo “Nature”.

Devido a esse afastamento entre os continentes, uma grande incursão marinha do Oceano Atlântico ocorreu na região conhecida hoje como Bacia do Araripe, sítio paleontológico localizado na divisa dos estados do Ceará, Pernambuco e Piauí. Assim, grande parte do mar adentrou o continente, o que pôde ser identificado a partir de evidências fósseis de cerca de 125 milhões de anos atrás, encontrados tanto na Bacia, quanto na região de Santos. Essa descoberta deu origem ao artigo denominado: “Early Aptian marine incursions in the interior of northeastern Brazil following the Gondwana breakup”, publicado na revista internacional.

O professor explica que, antes do artigo, a comunidade científica não tinha certeza dessas incursões marinhas na região, o que foi provado a partir do trabalho do grupo de pesquisadores. Contudo, essas incursões marinhas no Nordeste brasileiro podem acabar provando um ponto muito mais importante, que é o de que os continentes já estavam se separando muito tempo antes do imaginado. Essa informação pode impactar, por exemplo, no mundo da escavação de petróleo. Como a formação desse material ocorreu na época da separação dos continentes, entender exatamente quando isso acontece é um ponto chave na hora de saber que rochas escavar. “Os geólogos vão ter que começar a investigar rochas não mais de 110 milhões de anos atrás, mas de 125 milhões”, explica o pesquisador.

Gerson conta ainda que essa descoberta e a publicação do artigo no cenário internacional é extremamente importante, já que a época em que a separação dos continentes ocorreu influencia muito na vida terrestre. “Não só os brasileiros estão tentando entender como foram essas incursões, mas a comunidade internacional também tem essa dúvida. Outra coisa bem importante, que é a descoberta da ruptura entre os continentes, é que a vida na Terra depende das correntes marítimas, dos ventos, da temperatura de cada continente. E a ruptura definitiva e abertura do Atlântico criou novas correntes marítimas “, destaca o professor.

Fauth também aponta a importância da Unisinos e do itt Oceaneon no desenvolvimento dessa pesquisa: “Eles deram toda a estrutura para nós. Então nós tivemos todos os equipamentos, a manutenção deles, então a gente teve bastante apoio da instituição como um todo”.

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