Os jovens da Geração Z cresceram e já estão ocupando as cadeiras das universidades e do mercado de trabalho. Dinâmicos, questionadores, nativos digitais, os nascidos entre 1995 e 2010 começam a mudar a sociedade como a conhecemos, e vão mudar ainda mais num piscar de olhos. Para compreender melhor essas pessoas, seus objetivos e suas perspectivas de futuro, pesquisadores da Unisinos, em parceria internacional, fizeram um estudo com 1.431 estudantes de todo o país.
A pesquisa foi realizada pelos professores Gustavo Borba, Paula Campagnolo e Isa Mara Alves, em parceria com as pesquisadoras Corey Seemiller e Meghan Grace, autoras do livro Generation Z Goes to College (2016) – obra que inspirou e serviu de referência para o estudo. Também contou com o apoio do Consórcio das Universidades Comunitárias Gaúchas (COMUNG).
Gustavo Borba comenta a importância dessa análise: “Esta pesquisa nos ajuda a compreender melhor os desejos e as formas de aprendizagem dos alunos que estão chegando nas universidades. Para as instituições parceiras, será bastante importante para que possamos revisar nossos processos, formas de interação e de construção de engajamento dentro e fora da sala de aula. Acredito que este tipo de estudo pode nos ajudar a construir uma formação ainda mais relevante para os novos estudantes que estão buscando o ensino superior”.
A coleta de dados ocorreu entre 08 de abril e 08 de maio deste ano e envolveu instituições de ensino superior de todo o Brasil – 62 delas representadas por 5 ou menos respostas cada e 12 com pelo menos 10 respondentes cada.
As conclusões foram divulgadas nesta quarta-feira, 20 de junho, na Unisinos Porto Alegre. O evento (para convidados) contou com a presença das pesquisadoras Corey Seemiller e Meghan Grace. Em breve, o relatório do estudo será disponibilizado, digitalmente, para universidades do COMUNG e comunidade em geral.
Confira uma prévia dos resultados a seguir:
Como se descrevem
Os jovens da Geração Z consideram-se pouco conservadores (17,7%) e oportunistas (20,8%). Quanto às características que melhor os representam, estão: leal (76,3%); responsável (73,4%); determinado (67,1%) e realista (63,6%).
Como se comunicam
Qual é a forma favorita de interação social desses jovens? De acordo com a pesquisa, a comunicação presencial (82,8%). Em segundo lugar, vêm as mensagens instantâneas (64,9%) – conversas pelo WhatsApp, por exemplo. Apenas 30,6% dos entrevistados preferem o e-mail e 20,5%, a ligação telefônica.
Como interagem nas redes sociais
O estudo também se propôs a identificar os principais usos de diferentes mídias. Entre os jovens dessa geração, foi observado que:
- Facebook é mais usado para obter e compartilhar informações com amigos (60,4%);
- Twitter, para compartilhar informações (43,9%) e conteúdo ou opinião (31,1%);
- Instagram, para compartilhar informações com amigos (62,7%);
- YouTube, para buscar conhecimentos (75,7%);
- Blogs, para buscar conhecimentos (43%);
- Virtual pinboarding, para buscar conhecimentos e inspirações (58%);
- Jogos sociais, para compartilhar informações pessoais (52%).
Próximos passos
A partir da conclusão da pesquisa, será realizada uma comparação entre estudantes brasileiros e americanos. Uma análise preliminar mostra que há semelhanças entre eles em assuntos como formas de aprendizagem e uso das redes sociais, mas há também diferenças importantes em temas relacionados à cultura do país, como aceitação do risco e envolvimento em questões sociais. Essa etapa, portanto, dará base para novas reflexões.