“Cada um escolhe a sua forma de lutar. A câmera para mim foi sempre muito forte, uma arma. Ela é uma testemunha importante. A câmera é uma forma de lutar.” As frases não poderiam ser mais verdadeiras vindo da boca do diretor do documentário 5 câmeras quebradas. Afinal, Emad Burnet registrou durante 5 anos, com 5 câmeras de vídeo diferentes, a luta e a resistência do povo palestino à opressão israelense.
Justamente para mostrar essa realidade, Emad participou ontem, 30/03, Dia da Terra na Palestina, do Cine-debate na Unisinos. O evento promovido pelo DCE – Todas as Cores, em conjunto com o CAED – Centro Acadêmico do Direito da Unisinos, ocorreu no Auditório Central e contou com a exibição do documentário, além da contextualização do diretor.
Emocionado, após a apresentação do filme, Emad criticou a má cobertura feita pela mídia internacional sobre a situação da Palestina, além destacar a importância de receber apoio de diferentes pessoas para que haja uma mudança concreta no país. “É nossa responsabilidade lutar pela Palestina”, afirmou.
“Eu filmo para me curar”
O longa 5 câmeras quebradas foi indicado ao Oscar de melhor documentário estrangeiro em fevereiro de 2013 e com sensibilidade, leva o público a participar do cotidiano de Bil’in, na Cisjordânia. Emad mostra a ocupação militar a partir da compra da primeira sua primeira câmera quando o seu filho Gibreel nasceu, em 2005.
O palestino faz uma denúncia pessoal e dolorosa dos abusos sofridos pelo povo palestino, acompanhando em paralelo o crescimento do filho em meio a essa realidade. 5 câmeras quebradas também recebeu o prêmio de melhor direção, para Emad Burnet, no Festival de Sundance em 2012.