Em 2020, a Unisinos sofreu mudanças físicas e operacionais por conta do isolamento social causado pela pandemia de Covid-19. Algumas delas não foram visíveis à toda comunidade universitária, mas todas buscaram melhorias para os estudantes, professores e funcionários. A Comissão Própria de Avaliação (CPA) também acompanhou essas mudanças, e mais do que isso, foi parte importante na identificação das necessidades a serem reparadas.
A professora da Escola Politécnica Karla Faccio explica que alguns aperfeiçoamentos não são tão tangíveis quanto às alterações de estrutura, como a colocação de aparelhos de ar-condicionado e melhorias nos estacionamentos. “Há pequenos ajustes que os alunos não percebem tão facilmente. Houve, por exemplo, um alinhamento com a Formação Docente a partir de resultados obtidos em uma pesquisa”, comenta Karla, que é a representante, na Comissão, do Núcleo de Inovação, Avaliação e Formação Docente (NIAF).
A pesquisa, referida por ela, foi conduzida pela CPA entre março e abril com estudantes que estavam se adaptando ao processo remoto. A pesquisa foi dividida em duas rodadas de um mesmo questionário. Após a aplicação da primeira etapa, foram realizados ajustes que atendessem aos pedidos dos alunos. As mesmas perguntas foram submetidas novamente, em uma segunda etapa. Dessa forma, pode ser observado que muitos problemas e angústias tinham sido resolvidos. “Isso mostra uma preocupação da instituição em escutar e ver se os ajustes interferiram na satisfação dos alunos”, observa a professora.
Luisa Mariele Strauss, que fez parte da CPA em vários momentos desde 2003, lembra que esse é um dos fatores primordiais da Comissão. “No período em que participei, tivemos muitos instrumentos e questionários diferentes”, explica. “A CPA vai sugerindo e ouvindo as Unidades Acadêmicas, o que proporciona a oportunidade de adequar os questionários. Não é um trabalho inflexível. Fazemos várias mudanças para se readaptar”, conta a professora na área de Gestão de Sistemas de Informação nas Escolas Politécnica e de Gestão e Negócios.
Luisa, que começou sua vida docente como tutora, comenta que, em muitos casos, os relatórios da CPA permitem que os gestores das Unidades conversem com os professores para adequar práticas e valorizar boas iniciativas. “Disso, resultou melhorias, como mais vídeoaulas e alteração na duração de turmas, como as disciplinas de Cálculo e Programação, por exemplo, que passaram de bimestrais a semestrais”, avalia a professora. “As provas presenciais do Grau B da modalidade EaD, que antes eram em uma data fixa, agora podem ser agendadas. Isso otimiza o tempo dos alunos e facilita para os tutores, que antes tinham de corrigir tudo em um final de semana.”
Avaliação construtiva
Como várias áreas da universidade trabalham com fatores diferentes de logística e operacionalidade, a Comissão se preocupa em atender todas as especificidades nos questionários. Depois, as informações são compartilhadas e aproveitadas por todos os setores da Unisinos.
Um exemplo é a criação de espaços para descanso nos campi São Leopoldo e Porto Alegre, além da cobertura contra chuva entre a Torre Educacional e o prédio do estacionamento, uma demanda recorrente dos alunos de Porto Alegre. “Os resultados ligados à infraestrutura são encaminhados para a Reitoria e para a Unidade responsável. Fazemos apresentações e uma breve análise qualitativa dos comentários”, explica Luisa.
Outro pedido observado nas pesquisas era de que o Restaurante Universitário (R.U.) aceitasse pagamentos com cartão. A demanda foi identificada e implementada. “Se não questionarmos os alunos, não conseguiremos saber se as coisas estão bem ou mal”, concorda Karla. “E os alunos precisam pensar nisso como uma rotina. Todo semestre, é necessário nos reportar, via pesquisas, do que precisamos melhorar.”
No processo contínuo de crescimento, a CPA tem trabalhado em parceria com a Gerência de Tecnologia da Informação (GTI) para melhorar a entrega e análise dos dados das pesquisas. Dessa forma, é possível acompanhar o engajamento dos alunos dentro das Escolas e tomar medidas para aumentar a taxa de adesão, junto aos gestores e coordenadores. “Notamos que certos cursos têm menos engajamento, então fazemos contato. Esse foi um grande ganho para a Universidade”, destaca Karla. “A avaliação não é punitiva, é construtiva. Para os professores, é bom eles terem esse retorno e perceberem que precisam engajar mais os alunos. Contribui mais se, ao invés de 20%, termos 80% da turma respondendo. É possível ter um panorama melhor, tanto para os professores e gestores quanto para os alunos.”
Para saber mais, acesse a página da CPA e acompanhe os relatórios e resultados.