A Revolução 4.0, a internet das coisas, a inteligência artificial e a impressão 3D já impactam e cada vez mais abalarão os fundamentos da organização do mundo do trabalho na contemporaneidade. Esta grande mutação significará um avanço civilizatório ou radicalizará a barbárie? Tais questões são tratadas na edição 503 da revista IHU On-Line que, por ocasião do 1º de Maio, Dia dos Trabalhadores e das Trabalhadoras, debate o tema no contexto das discussões que o Instituto Humanitas Unisinos – IHU tem promovido.
Contribuem com o debate Andrea Fumagalli, economista, professor e pesquisador da Universidade de Pavia, na Itália, que explica como a vida, em sua totalidade, transformou-se em uma usina de produção ininterrupta de mais-valia. Jamie Woodcock, doutor em Sociologia pela Universidade de Londres, aborda as possibilidades de se pensar um tipo de flexibilização que beneficie os trabalhadores.
Ludmila Costhek Abílio, doutora em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Campinas – Unicamp e pesquisadora do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho – Cesit, aborda as relações entre trabalho, tecnologia e precarização. “Ao mesmo tempo em que se livra do vínculo empregatício, a uberização mantém, de formas um tanto evidentes, o controle, gerenciamento e fiscalização sobre o trabalho”, sustenta.
O professor Ricardo Antunes, doutor em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo – USP, discute como o trabalho se subordinou ao capital financeiro, criando uma morfologia totalmente nova e marcada pelo retrocesso. José Dari Krein, doutor em Economia Social e do Trabalho pela Unicamp, onde atualmente é professor no Cesit, analisa uma das principais questões em jogo no Brasil atual, as terceirizações. “A reforma em discussão no Congresso retira direitos e não cria empregos. Por motivos humanos e civilizatórios, a proposta de reforma do governo federal precisa ser combatida. Ela serve para desenvolver negócios privados, um mercado, mas mata a perspectiva de construir uma nação”, acentua.
Josué Pereira da Silva, doutor em Sociologia pela New School for Social Research, de Nova York, e professor na Unicamp, discute como as transformações do mundo trabalho tornaram a renda básica universal uma política necessária. “A renda básica universal enquanto política social pode beneficiar principalmente a população em condições de pobreza, mas pode beneficiar também os trabalhadores que aparentemente não precisam de uma renda desse tipo”, pondera.
Um exemplo dramático da barbárie brasileira é a situação de marginalização, exclusão e morte a que são submetidos os povos indígenas. Não por nada, Martírio é o título do importante e imprescindível documentário de Vincent Carelli que precisa ser visto e ampla e exaustivamente debatido. O crítico de cinema Fernando Del Corona comenta o filme nesta edição da revista.
Por ocasião dos 50 anos da encíclica Populorum Progressio, de Paulo VI, de amplo impacto especialmente na América Latina, a IHU On-Line republica a entrevista com o frade dominicano Carlos Josaphat sob o sugestivo título Encíclica da Ressurreição.
Também podem ser conferidas a entrevista com Moysés Pinto Neto, mestre em Direito e doutor em Filosofia, propondo transformar “os muros do condomínio esquerdista em pontes de diálogo pragmático com a maioria inconformada com o mundo como está”, com Kathrin Rosenfield, professora e pesquisadora na Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS, que descreve a importância e o legado da literatura de Guimarães Rosa, com Guido Liguori, autor do recém publicado Dicionário Gramsciano, e o artigo A guerra e o uso do poder militar no subcomplexo de segurança do Levante no Pós-11 de setembro, de Carla A. R. Holand Mello.
Para saber mais sobre o tema acesse Revista IHU On-Line pelo endereço www.ihuonline.unisinos.br.