De quantas letras e músicas a nossa vida é composta? Qual trilha sonora embala nossas lembranças mais especiais? Como a nossa história está tramada com as canções que ouvimos? Entender a história do rock gaúcho é entender essa relação, feita de fragmentos, pedaços e memórias.
No último sábado, 13 de dezembro, a Livraria Cultura, no Bourbon Country foi palco de uma retrospectiva sobre rock e cultura rio-grandense. Um grupo de músicos e apaixonados por rock se reuniram para lançar Fragmentos de memória do rock gaúcho. O projeto, constituído por uma coletânea de artigos com depoimentos envolvendo recordações do passado dos autores, buscou traçar um panorama do rock no Rio Grande do Sul.
A abertura da noite foi conduzida pelos organizadores do projeto, Gustavo Borba e Charles Di Pinto. “A iniciativa é uma forma de guardar um pouco da história do nosso estado por meio do rock”, destacou Gustavo. “Esse livro é a primeira parte do projeto, a segunda é o vinil, com músicas de importantes artistas do cenário gaúcho, e a terceira será um documentário sobre o tema”, explicou Charles.
O evento iniciou com a apresentação do making of, seguido de uma canja musical com Jimi Joe. Relatos de histórias curiosas sobre a vida dos autores do livro se misturavam com a música, feita com gaita de boca, violão e bandolim. Após esse pocket show, foi a vez de um bate papo sobre os anos 80 e 90 com Fabrício da Silveira e Mauro Borba, mediado por Roger Lerina.
“Na década de 80, o rock ganha uma organicidade e uma visibilidade maior na mídia, o que traz uma identidade específica que a gente começa a reconhecer. É esse entranhamento entre mídia e rock que torna o momento especial culturalmente”, ressaltou Fabrício. “A questão do rock lançado na mídia no meio dos anos 80 é bastante relevante. Lembro que em 86 a Ipanema estourou e o rock gaúcho explodiu”, complementou Mauro.
Ao final do debate, aconteceu a sessão de autógrafos do livro Fragmentos de memória do rock gaúcho, primeira parte do projeto Legends: Rock Gaúcho, da Sigmund Records, a gravadora experimental da Unisinos. Os capítulos da publicação estão divididos em: Arqueologia do rock gaúcho; O rock gaúcho, o Bom Fim e o Brasil dos anos 1980; Rock grande de Santa Maria; Rock gaúcho 1984/1990; Anos dourados e delirantes; Uma trajetória muito particular pelos caminhos do rock gaúcho dos anos 1980. A equipe de autores conta com Charles Di Pinto e Gustavo Borba, Iglenho Bernardes (Porã), Jimi Joe, Fabrício da Silveira, Mauro Borba e Thedy Corrêa.