Na tarde da última quinta-feira, 22, o Grupo Cultura Digital, do PPG em Educação na Unisinos, realizou o painel “Conversações sobre Educação OnLIFE” onde professoras, de diferentes Escolas da universidade, apresentaram propostas de trabalhos digitais com os alunos da graduação.
O OnLIFE surgiu em 2018 como um curso de extensão sobre cultura digital para os professores, vindo, posteriormente, a se tornar um curso stricto sensu. O grupo traz propostas de digitalização na educação, através de meios e plataformas digitais, como sites, programas, jogos e códigos. Eliane Schlemmer, coordenadora do grupo, afirma que o OnLIFE “coloca a Unisinos na vanguarda, através da inovação na área da Educação”.
A doutoranda do PPG em Educação, Lisiane Oliveira, explicou então a proposta que serviria de base para os demais projetos de digitalização. As práticas pedagógicas deveriam se basear na história de Dom Quixote. O personagem principal seria a prática proposta; Sancho Pança, as professoras que fizeram parte do projeto; Os moinhos de vento representariam os medos e dificuldades encontrados durante a construção da prática pedagógica; Já Rocinante seriam as tecnologias utilizadas para construir a proposta.
Flávia Zinani, coordenadora do PPG em Engenharia Mecânica e professora da graduação, apresentou o seu projeto, desenvolvido com os alunos da atividade de Termodinâmica, seguindo a proposta OnLIFE. Flávia e demais professoras desenvolveram o “Mural dos Cientistas”, em que os alunos precisavam escolher um dos grandes cientistas que influenciaram o estudo da termodinâmica, formando grupos para contar a história destes profissionais e também as teorias desenvolvidas por eles. Neste projeto, os alunos deveriam criar vídeos para contar estas histórias, sendo incentivados a usar ferramentas de edição de fotografia e vídeo.
Já Angélica Massuquetti, professora da graduação e PPG em Economia, desenvolveu o projeto “Super Guedes” para as aulas de Macroeconomia. Foi criada uma narrativa que, segundo a professora, conversava com os acontecimentos presentes, como propostas do governo e negativas dos deputados. As tarefas foram realizadas no moodle, sempre com o Super Guedes lançando atividades para os alunos, que criaram seus avatares e foram colocados como a equipe de apoio do ministro, durante as reuniões ministeriais. Os desafios propostos pelo personagem exigiam diferentes formas de digitalização como QR Code, criptografia, código binário e código morse.
Na Escola de Direito, a professora Raquel Von Honendorff apresentou o jogo “O Direito te desafia”, que já havia sido pensado para a apresentação aos alunos participantes do Conecta Unisinos 2019. Raquel explica que o jogo é formado por um tabuleiro digital e três diferentes tipos de cartas, com perguntas e questões de sorte. A carta “Aconteceu comigo” traz um pequeno texto sobre uma infração cometida, ou uma ação realizada de forma correta, e lança um comando para o jogo – volte 2 casas, fique sem jogar, ande 3 casas; Já a carta “Quiz” traz perguntas “sim ou não” relacionadas ao Direito; e a carta “Quem sou eu” apresenta uma descrição, devendo o jogador acertar que função aquele profissional exerce – delegado, promotor, advogado, juiz.
Todas as propostas trazidas pelas professoras podem ser replicadas e utilizadas em sala de aula como forma de trazer o digital e o lúdico também durante a graduação. As docentes destacaram o receio de realizar essas atividades com viés mais lúdico e pedagógico com os alunos, por trabalharem em áreas consideradas muito cartesianas, fechadas e sérias, mas afirmam que houve boa aceitação por parte dos alunos. “Foi ótima a aceitação. Eles incorporaram essa ideia de fazerem parte dessa história em quadrinhos, amaram incorporar o avatar deles. É muito interessante o quanto eles se engajam nas tarefas, nas missões que são propostas pelo Super Guedes e eles incorporaram essa ideia, de que são uma equipe de assessoria econômica, assessorando e auxiliando o ministro nestas reuniões ministeriais. Pensando em Dom Quixote, o meu moinho é trazer uma proposta semelhante para a pós-graduação, para o mestrado e doutorado”, declarou Angélica.
Eliane, coordenadora do grupo Cultura Digital, reforça a importância de pensar a educação de forma digital. “A ideia não é fazer transposição de práticas que a gente já desenvolvia no espaço presencial, físico, mas sim analisar qual é o potencial que essas tecnologias possibilitam a gente a inventar. Quando a gente fala em OnLIFE, esse “on” significa conectado, ligado nas problematizações do tempo presente, na vida, e essa vida se dá hoje nessa realidade hiperconectada, que justamente é o resultado dessa hibridização do mundo físico, do mundo biológico e do mundo digital”, declara a professora.