Ailim Schwambach fez licenciatura e bacharelado em Biologia na Unisinos. Depois da dupla graduação, manteve o vínculo com a universidade como tutora de Ciências no curso de Pedagogia, modalidade de ensino a distância. Essa, porém, não foi sua única ocupação nos últimos anos: ela decidiu que queria ser professora, e assim o fez, lecionando no Instituto de Educação Ivoti (IEI).
Daqui, levou o conhecimento e o exemplo de pessoas como o falecido professor Paulo Fernando de Almeida Saul. “Aprendi muito com ele, sobre como trabalhar em aula, fazer trilhas, sensibilizar o estudante para temas ambientais. Ele sempre incentivou para que déssemos o nosso melhor em sala de aula, independente da situação da escola, se privada ou pública”, diz Ailim.
A experiência na academia lhe rendeu boas ideias – ideias essas que, aplicadas na realidade do IEI, resultaram no Prêmio RBS de Educação de 2014, na categoria Júri Popular.
O projeto
Além das Ciências, propriamente ditas, a iniciativa de Ailim ensina aos alunos o processo científico por trás do produto, a fim de incentivar a análise crítica. Seus mais de 120 estudantes pesquisam, sintetizam e apresentam aos colegas temas que consideram relevantes. A cada semana, uma dupla é responsável pelo levantamento, e funciona assim já há três anos.
“Os alunos precisam pesquisar em fontes seguras, fazer resumos, tirar as dúvidas de vocabulário antes de apresentar”, explica. “Feito isso em aula, eles postam as reportagens em grupos que temos no Facebook e a discussão e as leituras continuam virtualmente.”
“Se quisermos que nosso país cresça mais em desenvolvimento tecnológico e científico, precisamos olhar para a educação básica para iniciar esse processo.”
Ailim Schwambach, egressa da Unisinos e vencedora do Prêmio RBS de Educação
De acordo com a professora, o método contribui para que as turmas aprendam a globalização do processo, que é feito por pessoas, e do produto, a disciplina em si. “Além disso, a ética desses experimentos é colocada em questão. Será que a Ciência é sempre benéfica?”, questiona.
A atividade de mediação de leitura ocorre em todo início de aula, antes do conteúdo curricular previsto para a data. “Minha intenção é que eles [os alunos] sejam informados e leiam mais. Isto está acontecendo quando eu faço avaliação das minhas próprias aulas com eles, o grupo sempre pede para continuarmos, me perguntam se eu li a última reportagem de determinado site ou revista. Acho muito gratificante perceber esse crescimento e motivação no saber.”
Motivação que transforma
Ailim acredita que é função do professor buscar meios para motivar o estudante ao aprendizado. “Abrir portas e mostrar os vários caminhos que podem seguir, esse é nosso papel.” E acrescenta: “Se quisermos que nosso país cresça mais em desenvolvimento tecnológico e científico, precisamos olhar para a educação básica para iniciar esse processo”.
Além de transformar a realidade dos jovens do instituto, o pensamento e a atitude de Ailim foram reconhecidos nos mais de 27 mil votos que ela recebeu no Prêmio RBS de Educação. O concurso valoriza o trabalho de professores e cidadãos e suas práticas educativas no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Com o prêmio, ela pretende criar uma sala de aula temática e multimídia. Saiba mais no site da premiação.