A mestranda em Enfermagem, Julia Konzen, em parceria com o itt Chip e a startup Biosens, está trabalhando na produção de um dispositivo elétrico de lactato com métodos de microfabricação utilizando materiais avançados como ouro, grafeno e prata. O dispositivo tem aplicação em cenários de urgência e emergência para detectar os níveis de lactato sanguíneo.
Julia explica que o lactato sanguíneo é um importante biomarcador laboratorial para o contexto de risco de sepse (infecção no sangue) e de outras doenças que causam má perfusão tecidual em pacientes. “Atualmente temos mais de 49 milhões de casos de sepse por ano, e o biomarcador lactato está associado ao risco de sepse e piora clinica dos pacientes, por isso, um point-of-care para monitorar os níveis sanguíneos de lactato pode impactar no cuidado e no desfecho dos pacientes”.
A mestranda acredita em uma formação multiprofissional. “Mesmo sendo biomédica, optei em um mestrado profissional em enfermagem para me aproximar das necessidades dos profissionais que ficam à beira do leito e realizei disciplinas na engenharia elétrica, para conhecer e executar as técnicas de produção do dispositivo”, afirma.
Agora, o próximo passo é a validação do dispositivo em cenário real para comprovar a acurácia diagnóstica. “Futuramente, quero produzir o dispositivo no Brasil e disponibilizar para o sistema de saúde como uma ferramenta para auxiliar nas tomadas de decisão de diagnóstico e tratamento” conta Julia.
A professora do PPG em Enfermagem e Diretora de Operações da Biosens, Priscila Lora, afirma que as pesquisas que vem sendo desenvolvidas trazem elementos que são destacados mundialmente como fatores de sucesso para o desenvolvimento de tecnologia. “Nosso escopo é multidisciplinar, unindo diferentes áreas como Engenharia e Saúde desde o início da ideação dos projetos passando por todas as fases de execução”.
Priscila encerra dizendo que o fluxo estabelecido é o modelo que tem funcionado nas melhores universidades do mundo, os produtos desenvolvidos têm registro de propriedade intelectual e, na sequência, serão estabelecidos contratos de licenciamento da tecnologia desenvolvida. “Já temos um produto que seguiu esse modelo e pretendemos ter diversos outros no decorrer da empresa, de forma que possamos crescer juntos empresa e Universidade.
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