O envelhecimento, além de ser um processo físico, também pode ser considerado um estado mental. Conviver com pessoas de mesma idade, permitir-se ter uma vida ativa e manter o bom humor é essencial para envelhecer bem. Chegar a esta etapa da vida pode não ser fácil, mas é mais agradável quando se conta com pessoas para dividir as dores e alegrias da idade.
O Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos para Idosos, conhecido como Pró-Maior, é um programa que acredita no envelhecimento saudável de seus participantes, proporcionando atividades que transformem o cotidiano de quem se encontra nesta fase da vida. Com esse intuito, são realizadas atividades em conjunto que contribuem no processo de enfrentamento das transformações biológicas, psicológicas, sociais e espirituais trazidas pelo envelhecimento, possibilitando vivências que asseguram o desenvolvimento desses sujeitos.
Em 2013, o Pró-Maior realizou 32.379 atendimentos diretos a pessoas de 60 anos ou mais de forma gratuita. O programa oferece 22 atividades de ação continuada, distribuídas em cinco eixos: Vivendo e aprendendo, ações com enfoque na educação; Convivendo e envelhecendo, ações que enfatizam a socialização; Refletindo e envelhecendo, ações para o exercício mental; Instrumentalizando e envelhecendo, ações que tendem às necessidades operacionais da vida diária; e Vida Saudável, eixo baseado na promoção da saúde e qualidade de vida. Desses eixos, destacam-se atividades físicas, educacionais, de informática, de idiomas e de convivência.
Inserido no eixo de Convivendo e Envelhecendo, o Pilates é uma aposta dos idosos na hora de se exercitarem. Quem chega à sala, se encanta com a disposição e o bom humor deles. “Para nós, estar aqui é uma terapia. Se ficarmos em casa durante a velhice, entraremos em depressão. E aqui não, temos uma turma legal, e além de fazermos exercícios, convivemos com pessoas da nossa idade”, conta Odete Moreira, de 63 anos.
Quando a educadora Cátia Pereira entra em cena, é impossível não perceber os sorrisos de uma orelha a outra dos participantes. “O grupo representa um segundo lar para todos”, relata, ao lembrar que eles buscam a atividade primeiramente pela saúde, mas dão continuidade a ela por identificação. Cátia trabalha no intuito de reduzir os sintomas de depressão e ansiedade, com exercícios de alongamento e relaxamento. O Pilates também contribui para o desenvolvimento da autoestima e da autoconfiança de seus alunos, ao conservarem sua independência, principal meta do projeto.
Além de atividades físicas, o programa preza pelo exercício mental de seus integrantes. “As aulas, além do aumento do conhecimento, proporcionaram-me conhecer pessoas novas e poder trocar ideias com quem é da minha idade”, revela a aluna de História da Arte, Aryta Kutscher, de 81 anos. Ela complementa: “Nossa vida não se resume a ficar numa cadeirinha de balanço, por isso eu entrei no programa”. A colega Maria Ernestina Vieira, de 76 anos, destaca que a vontade de saber mais sobre a Arte na História foi o que a fez participar do Pró-Maior. “Eu vim, gostei e não abandonei mais, e foi muito bom para a minha saúde também”, exclama. Todos os depoimentos são confirmados pelos colegas. Os principais pontos destacados por eles são que essas atividades os impulsionam de maneira positiva, driblam a depressão e possibilitam a convivência com pessoas de mesma idade.
Esta matéria foi realizada em meados de 2014 e publicada no Balanço Social 2013.