Licenciaturas têm aula inaugural

Evento discutiu as novas práticas curriculares e os desafios na formação dos educadores

Crédito: Rodrigo W. Blum

Na noite desta segunda-feira, 4 de abril, no Anfiteatro Padre Werner, ocorreu a Aula Inaugural das Licenciaturas. Na ocasião, a professora em Política e Administração da Educação, da UFRGS, Maria Beatriz Luce, falou sobre a “Formação de professores hoje: demandas e desafios curriculares”. A conversa foi mediada pela professora Eli Terezinha Henn Fabris, que atua no PPG em Educação da Unisinos.

Crédito: Rodrigo W. Blum

Para Luce, as novas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação Inicial e Continuada dos Profissionais do Magistério da Educação Básica são um marco histórico, uma vez que o contexto atual é de intensos debates acerca das políticas públicas de educação no Brasil.

“Entendemos, pois, como urgente uma forte mobilização para instituirmos as novas diretrizes curriculares, alargando a rede dos que se informam e contribuem para o aprofundamento conceitual e a efetivação programática dos preceitos inseridos no novo ordenamento constitucional e legal do Brasil”, ressaltou.

De acordo com a docente, que em 2014 atuou como secretária de Educação Básica no Ministério da Educação, esse processo de democratização da educação, tem por objetivo garantir a todos os cidadãos e as cidadãs do Brasil o direito à educação com padrão equitativo de qualidade, como dever próprio do Estado federativo.

“Para tal, devido à complexidade do fenômeno educativo, à diversidade das crianças e adolescentes que vem à escola e aos dilemas morais e culturais que estamos chamados a enfrentar, temos de repensar os desafios da prática pedagógica, da gestão escolar e da produção de conhecimentos sobre a educação escolar; assim sendo, construir um outro horizonte ético da nossa profissão”, ponderou.

Crédito: Rodrigo W. Blum

Segundo a educadora, essa tarefa não será cumprida apenas pelo empenho individual, mas requer uma partilha efetiva – organizada e de crescente intensidade – com os colegas professores, estudantes e a sociedade. “Precisamos reconhecer, com humildade, que há muitos dilemas para os quais as respostas do passado já não servem e as do presente ainda não existem”, argumentou, ressaltando que é necessária uma renovação da escola em diversos aspectos.

“É preciso renovar a escola, do ponto de vista ético e cultural, necessariamente renovando a formação inicial e continuada de professores, ou seja, o trabalho dos professores e estudantes dos cursos de licenciatura e de pós-graduação das universidades brasileiras”, intuiu.

Novas competências pedagógicas

Para Laura Habckost Dalla Zen, gerente dos Cursos de Licenciatura da Unisinos, a Universidade vem atendendo a essas demandas e desafios, com a reformulação das grades curriculares dos cursos de Licenciatura, o que já começou a ser executado no final do ano passado.

“As diretrizes foram publicadas em julho de 2015 e as universidades têm até julho de 2017 para implantá-las. O trabalho está, sobretudo, em atendermos primeiramente os pontos mais relevantes trazidos nas diretrizes, que são: o fortalecimento da relação universidade-escola e a unidade entre teoria e prática”, pontuou.

Além disso, Laura abordou a inserção de competências relacionadas à gestão, inclusão, tecnologias e comunicação, como fundamentais na restruturação dos currículos. “Estamos aproveitando a oportunidade para trazer novidades e pensar em novas práticas para as licenciaturas, criando espaços de discussão”, completou.

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