Parte do Instituto Anchietano de Pesquisa, o Herbário Anchieta/PACA, localizado no Campus São Leopoldo, é o segundo maior do estado e conta com aproximadamente 143 mil exemplares de diferentes espécies. A coleção é formada por plantas, madeiras, fungos e musgos, que representam grande parte da vegetação do Rio Grande do Sul e também de muitos biomas brasileiros.
A informatização das coleções vem sendo desenvolvida há cerca de 20 anos, mas somente em 2014, por meio da Rede Specieslink, que o material começou a poder ser disponibilizado online. Hoje, todos os exemplares podem ser consultados por meio do SpeciesLink, um sistema nacional de acesso a coleções científicas. “Desde 2014, muitos alunos, pesquisadores e professores têm a oportunidade de acessar os dados das nossas coleções e gerar inúmeras pesquisas, mapas, listas, gráficos e avaliar a distribuição geográfica de espécies”, afirma a curadora do local, Maria Salete Marchioretto.
Para o coordenador do Instituto Anchietano, Pe. Ignácio Schmitz, a importância da digitalização do acervo está na disponibilização mundial dos dados. “De qualquer parte do mundo você pode entrar no site e pode ver tudo o tem no herbário, então, pode selecionar o que precisa para escrever um artigo sem precisar vir até aqui. Nós estamos trabalhando com todas as nossas coleções online para que qualquer pessoa possa acessar o material. No ano de 2019, o acervo digital do herbário recebeu cerca de 7 milhões de acessos”, destaca o pesquisador.
As coleções
Fundado em 1932, o herbário abriga as coleções históricas e científicas de Balduíno Rambo (Flora Brasiliae Australis – Angiospermas), Aloysio Sehnem (Plantas do sul do Brasil – Licófitas e samambaias e Briófitas) e Johannes Evangelista Rick, considerado “pai da micologia brasileira” (Fungi Rickiani – Fungos). Os espécimes mais antigos guardados pelo acervo remontam a década de 1890.
Segundo a curadora do herbário, o local conta com coleções de Angiospermas, Licófitas e Samambaias, Briófitas, Fungos, Líquens, Algas e Madeiras, além de uma rica coleção de Tipos Nomenclaturais, amostras botânicas utilizadas para descrever, pela primeira vez, um táxon para a ciência. Todas as imagens dos Tipos Nomenclaturais estão disponíveis no site do Instituto Anchietano de Pesquisas/Unisinos.
“Quando o material chega ao herbário ele recebe um número de tombo, é preparado de maneira sistemática para depois ser inserido na coleção. Os dados de cada exemplar são inseridos no banco de dados e o material passa por um sistema de expurgo, com o congelamento, por cerca de 10 dias, depois disto é incorporado na coleção”, explica Salete.
Todos os exemplares são catalogados em famílias, de acordo com seus respectivos gêneros e espécies. “Cada planta recebe uma ficha contendo sua descrição básica, que inclui nome, data e local onde foi encontrada, contexto e classificação”, complementa Pe. Ignácio.
A curadora do herbário diz que, constantemente, o acervo recebe materiais de doações ou projetos ligados ao Instituto e à Unisinos, que são incorporados às coleções. Os espécimes são identificados e armazenados, em ordem alfabética, em caixas numeradas. Depois, os arquivos são organizados nas estantes das quatro salas do Instituto destinadas a esse fim – um ambiente rigorosamente controlado em termos de temperatura e iluminação.
“Depois desse processo, o material todo fica disponível para empréstimos a herbários de outras instituições de ensino e pode ser consultado por alunos de graduação e pós-graduação. Alguns exemplares voltam com observações feitas pelos pesquisadores, o que nos ajuda a manter a atualização constante. Os dados online são, semanalmente, atualizados na rede SpeciesLink”, conta Salete.
Visitas
A coleção física pode ser visitada por alunos de graduação e pós-graduação, pesquisadores, professores. A visita pode ser agendada acessando o telefone geral da Unisinos (51)3591-1122, ramal 1196 ou pelo e-mail herbariopaca@unisinos.br. Saiba mais no site do Instituto Anchietano de Pesquisas e confira os exemplares digitalizados na página do SpeciesLink.