GIL estuda causas de baixa adesão a programas de estudos nos EUA

Ausência de divulgação, insegurança e falta de domínio do idioma são as principais

Crédito: Roberto Caloni

Nem todos sabem, mas o governo norte-americano possui programas de incentivos para brasileiros que querem estudar nos Estados Unidos, seja um curso de curta duração, seja uma graduação ou pós. O Jovens Embaixadores e o Oportunidades Acadêmicas (da rede EducationUSA) estão entre as iniciativas e oferecem bolsas e demais benefícios que muito contribuem para a formação dos jovens, sobretudo. O problema é, justamente, que nem todos sabem disso.

A fim de encontrar possíveis causas para a pouca procura por esses programas, estudantes do PA2 do curso de Administração – Gestão para Inovação e Liderança conduziram um estudo sobre o tema em aula. Além de descobrir os porquês dessa realidade, a turma se dispôs a apresentar propostas para reverter a situação.

Os pesquisadores adotaram como metodologia análises quanti e qualitativas, com perguntas direcionadas, entre outros, a alunos, professores e demais representantes de escolas, já que ambas as iniciativas contemplam estudantes do Ensino Médio. Nesse processo, passaram pela experiência da investigação em toda sua complexidade.

“A coleta de dados foi um desafio, principalmente em relação a alguns grupos específicos de pessoas”, conta Pietro Lanzoni. “Inclusive, o software que usamos para computar os dados, um programa próprio para estatísticas, foi novidade para nós”, complementa Augusto Massena.

Chamou a atenção da turma, igualmente, o fato de que, entre as escolas contempladas, havia aquelas que desconheciam os programas. “Em alguns casos, foi a gente que levou esse conhecimento para dentro das instituições”, relata Ana Stumpf. “Só de imaginar que, um dia, esses alunos podem ser selecionados e que isso terá uma pontinha de contribuição nossa, é muito gratificante.”

Para chegar ao resultado, muita entrega foi necessária, e a turma soube como lidar com a pressão. Como diz o aluno Pablo Maino, “foi uma imersão em uma realidade que não conhecíamos”. O estudante Matheus Faller concorda, e acrescenta: “Tivemos a oportunidade de viver na prática, em uma pesquisa real, tudo aquilo que aprendemos na teoria.”

Crédito: Roberto Caloni

A raiz do problema

Depois de muito pesquisar, os alunos chegaram à raiz do problema. As principais justificativas para a situação observada, de acordo com o estudo, consistem em ausência de divulgação sobre os incentivos nas escolas, insegurança quanto a morar fora e falta de domínio do idioma inglês. “Nos surpreendeu o fato de que os entrevistados gostam bastante da língua inglesa, mas não têm fluência”, comenta o aluno Bernardo Streb.

Soma-se à inexperiência no uso do idioma o medo de fazer as malas e partir. Para os candidatos aos incentivos do governo, na maioria jovens no final da adolescência, a perspectiva de “ter de se virar” em terras desconhecidas assusta – apreensão essa também constatada na fala dos pais.

Fora isso, falta divulgação dentro das próprias escolas, o que pode dificultar o acesso aos programas. “Se o jovem demora muito para saber da existência dessas iniciativas, às vezes, não dá tempo de correr atrás para preencher todos os requisitos necessários à candidatura”, explica o professor Guilherme Trez.

No que depender do PA2, porém, essa realidade tem tudo para mudar. De modo a encorajar a procura pelos incentivos do governo, a turma compartilhará o estudo com os entrevistados, na esperança de que as informações contribuam para ações estratégicas. Conforme a pesquisa, quanto mais os jovens ouvirem falar a respeito dos programas dentro das escolas, em seminários ou palestras, maior será o interesse e a participação.

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