Fronteiras do Pensamento 2023 promove seis conferências internacionais em Porto Alegre

Encontros serão realizados no Teatro Unisinos a partir de 31 de maio

Crédito: Rodrigo W. Blum

O Fronteiras do Pensamento 2023 traz a Porto Alegre algumas das vozes mais ousadas e renovadoras da atualidade, entre elas, a Nobel da Paz iraquiana Nadia Murad, a escritora espanhola Rosa Montero e o neurocientista britânico David Eagleman. Com a proposta de discutir as incertezas que marcam a contemporaneidade e apontar caminhos para superá-las, o evento contará com seis conferências presenciais na capital gaúcha e transmissões online de encontros que incluem nomes como Luc Ferry, Eduardo Giannetti e Christian Dunker.

A venda dos pacotes de ingressos para o público em geral será aberta em 17 de abril, com vagas limitadas, no site temporada.fronteiras.com. Inscritos em edições anteriores e público parceiro já podem adquirir ingressos com valor promocional em venda exclusiva e fechada.

Com 16 anos de história, o Fronteiras do Pensamento já realizou mais de 300 conferências e impactou um público superior a 300 mil pessoas. A cada edição, o projeto se expande e conquista novos espaços. Neste ano, as conferências em Porto Alegre ganham casa nova. Os eventos serão realizados no Teatro Unisinos (Av. Nilo Peçanha, 1.600), e os inscritos passam a receber certificação da universidade, valendo como créditos de curso de extensão para os participantes.

Além de assistir aos encontros presenciais e online, os participantes também terão acesso à gravação dos encontros na plataforma do projeto. O pacote de acesso ainda inclui entrevistas inéditas e conferências históricas com exclusividade.

Entre o Caos e a Ordem

A convite do curador Fernando Schüler, os pensadores devem abordar neste ano o tema “Entre o Caos e a Ordem”. Em texto de curadoria, Schüler trata do evento como “um guia sobre como navegar em uma era de incerteza”, marcada por sobrecarga de informação, fake news e ameaça de tornar humanos obsoletos diante das novas tecnologias.

“Nosso tempo realizou a profecia de Jean Baudrillard: o mundo virtual se equipara, quando não se sobrepõe, ao real”, avalia Schüler. E complementa: “As desordens mentais vêm crescendo, e talvez sua maior síndrome contemporânea é a captura da atenção. A dispersão provocada pelo consumo digital, pelos aparelhos, pela inutilidade, pela imagem abundante, pela sedução dos algoritmos, pelas redes sociais”.

O curador também aponta que as incertezas que marcam nosso tempo também são existenciais. “Cada vez mais, somos convidados a escolher onde viver, redefinir nossas identidades e revisar continuamente nossas escolhas”, avalia Schüler.

O Fronteiras do Pensamento tem o patrocínio da CMPC, parceria cultural da Casa da Memória Unimed Federação/RS, parceria acadêmica da Unisinos, parceria educacional do Colégio Bertoni Med, promoção do Grupo RBS e realização da Delos Bureau, uma empresa do Grupo DC Set especializada em entretenimento cultural.

FRONTEIRAS DO PENSAMENTO 2023

17ª TEMPORADA – Entre o Caos e a Ordem

Conferências presenciais

31 de maio – Rosa Montero

21 de junho – Nadia Murad

5 de julho – David Eagleman

9 de agosto – Michael Sandel

13 de setembro – Douglas Rushkoff

4 de outubro – David Wengrow

Conferências online

30 de agosto – Luc Ferry

31 de agosto – Eduardo Giannetti e Christian Dunker

Sobre os conferencistas

Rosa Montero (31 de maio)

Escritora e jornalista espanhola, ocupa lugar de referência internacional tanto nas mídias quanto no mundo literário. No jornalismo, como redatora-chefe do El País, foi responsável pelo desenvolvimento de uma técnica inovadora de entrevistas, depois de ouvir mais de duas mil personalidades. Reconhecida como um dos principais nomes da literatura europeia contemporânea, em 2017 recebeu o Prêmio Nacional das Letras Espanholas, pelo conjunto da sua obra, com mais de 30 best-sellers, traduzidos em 20 idiomas, entre os quais A louca da casa, Nós, mulheres, A ridícula ideia de nunca mais te ver e A boa sorte.

Nadia Murad (21 de junho)

Ativista iraquiana na defesa dos Direitos Humanos que, ao lado do médico Denis Mukwege, recebeu Prêmio Nobel da Paz em 2018, concentra seus esforços na conscientização de grandes lideranças internacionais para pôr fim ao uso da violência sexual em guerras e conflitos armados. Aos 21 anos, ela foi sequestrada e passou três meses sob jugo do grupo terrorista Estado Islâmico. Os horrores que viveu, descritos no livro Que eu seja a última (2017), foram o combustível para sua luta como embaixadora da Boa Vontade da ONU.

David Eagleman (5 de julho)

Uma das vozes mais importantes da atualidade no campo Neurociência, educador científico, escritor e apresentador, publicou dezenas de livros e centenas de artigos sobre temas como substituição sensorial, percepção do tempo, plasticidade cerebral, sinestesia e neurolei. Apresenta a série The Brain with David Eagleman, da PBS, e o documentário The Creative Brain, na Netflix. Autor de best-sellers como Incógnito – As vidas secretas do cérebro (2012) – sobre a neurociência “sob o capô” da mente consciente – e Cérebro: uma biografia (2017) – que descreve como as narrativas que conhecemos para a vivência cotidiana são mediadas pelo cérebro. É conselheiro da Mind Science Foundation, American Brain Foundation e a The Long Now Foundation. Atua como editor acadêmico do Journal of Science and Law e foi nomeado Educador de Ciências do Ano pela Society for Neuroscience.

Michael Sandel (9 de agosto)

Filósofo político norte-americano, integra a lista dos principais pensadores globais da revista Prospect. Reconhecido pela Associação Americana de Ciências Políticas pela excelência de sua carreira no ensino, foi como professor do curso Justiça, de Harvard, que se tornou mundialmente conhecido. Apontado pelo The Guardian como “o mestre das grandes questões da vida”, suas aulas já somam dezenas de milhares de estudantes de todas as partes do mundo e discutem dilemas morais e éticos para analisar a justificativa das pessoas sobre suas posições e atitudes cotidianas. Autor de best-sellers como Justiça: o que é fazer a coisa certa, O que o dinheiro não compra: os limites morais do mercado e sua obra mais recente, A tirania do mérito: o que aconteceu com o bem comum?, defende um novo modelo de convivência, capaz de resgatar a solidariedade entre as pessoas de origens distintas.

Douglas Rushkoff (13 de setembro)

Teórico da mídia, autor e documentarista, dedica seus estudos à questão da autonomia humana na era digital. Nomeado pelo MIT um dos 10 intelectuais mais influentes do mundo, cunhou termos como “mídia viral” e “moeda social”, e acredita na potência da contracultura digital para a transformação social e econômica do planeta. Vencedor do primeiro Prêmio Neil Postman da Media Ecology Association é professor de Teoria da Mídia e Economia Digital na CUNY/Queens, onde fundou o Laboratory for Digital Humanism.

David Wengrow (4 de outubro)

Arqueólogo, antropólogo e professor de arqueologia comparada no Instituto de Arqueologia da University College London, coautor de O despertar de tudo, escrito em parceria com David Graeber e que alcançou o status de best-seller internacional. Na obra, os autores questionam tudo o que existe sobre as origens da agricultura, da propriedade, das cidades, da democracia, da escravidão e da própria civilização. Nos seus estudos, Wengrow propõe outras formas de liberdade e organização social em um convite para um novo futuro a partir dessa reconstrução histórica. O autor contribuiu com ensaios sobre temas como desigualdade social e mudança climática para o The Guardian e o The New York Times. Em 2021, foi classificado em 10º lugar na lista Power 100 da ArtReview.

Conferências online

Luc Ferry (30 de agosto)

Defensor do humanismo secular – visão que contrapõe a razão crítica à religião e à fé –, é um dos filósofos mais lidos da atualidade. Doutor em ciência política pela Universidade de Reims, onde atuou como professor. Também lecionou na ENS-PSL em Paris, no IEP-Lyon e nas universidades Caen Normandia e Paris VII. Foi ministro da Educação entre 2002 e 2004. Autor de mais de 70 livros, traduzidos para mais de 45 idiomas. Entre suas obras destaca-se Aprender a viver, best-seller que recebeu o Prêmio Aujourd’hui, um dos mais conceituados na França, e também 7 maneiras de ser feliz, A mais bela história da filosofia, O homem deus, A inovação destruidora, A nova ordem ecológica, Dicionário amoroso da filosofia e A revolução transumanista, entre outros. Seu livro mais recente é Les setp écologies, ainda não publicado no Brasil.

Eduardo Giannetti (31 de agosto)

Um dos mais respeitados economistas do Brasil, é graduado em Economia e em Ciências Sociais pela USP e Ph.D. em Economia pela Universidade de Cambridge, Inglaterra. Imortal da Academia Brasileira de Letras, partiu da filosofia econômica para uma trajetória das mais influentes da intelectualidade brasileira contemporânea. Ganhador de dois Prêmios Jabuti – com Vícios privados, benefícios públicos? (1993) e As partes & o todo (1995) –, o autor consagrou-se para além da economia com O auto-engano, obra que trata das inverdades que nos convencem no cotidiano. Lecionou na Universidade de Cambridge, na FEA/USP e no INSPER em São Paulo. Seu mais novo livro é O Anel de Giges, lançado em 2020.

Christian Dunker (31 de agosto)

Psicanalista mais lido, assistido e ouvido do Brasil, reconhecido internacionalmente por estudos que renovam o pensamento lacaniano. Doutor em psicologia pela USP com pós-doutorado na MMU, Estados Unidos, coordena o Laboratório de Teoria Social, Filosofia e Psicanálise (Latesfip-USP). Recebeu o Prêmio Jabuti por Estrutura e constituição da clínica psicanalítica, sua tese de livre-docência e obra referência na área. Alcançou o grande público com o ensaio Mal-estar, sofrimento e sintoma, também premiado com o Jabuti. Suas obras mais recentes são O palhaço e o psicanalista – Uma biografia da depressão e Lacan e a democracia.

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