Habitar é o nome da exposição fotográfica coletiva que enlaça 05 projetos fotográficos, cuja pesquisa e produção empírica foram realizadas pelos formandos na graduação em Fotografia, 2018/01, da Unisinos. Trata-se do resultado da atividade acadêmica Projeto Integrador, que ministro juntamente com o professor Tiago Coelho. A mostra terá abertura na Galeria Mascate (Rua Laurindo, 332, Bairro Santana, Porto Alegre) na próxima sexta-feira, dia 29/06, a partir das 19h. Para o evento, estão todos e todas convidados (das)!
Os projetos fotográficos elaborados pelos graduandos em fotografia estão abaixo relacionados:
Aline Nogueira
Estesia
Através da fotografia artística utilizada para retratar personagens estilizados de histórias que ouvia em sua infância (Branca de Neve, Chapeuzinho Vermelho, entre outras), Aline recria tais personagens, porém convidando modelos masculinos para seu ensaio fotográfico. Ela quer com isso demonstrar que dentro de um universo considerado tipicamente feminino – o mundo dos contos de fadas – existe espaço para o masculino, ou seja, existe liberdade para o encantamento, a sensibilidade, a beleza, a fragilidade, a doçura e a suavidade, características normalmente esperadas do sexo feminino, mas que podem ser vivenciadas e demonstradas também pelos homens.
Eveline Medeiros
SOU
Interessa a Eveline olhar para a história das mulheres, principalmente o resgate desde as antigas civilizações, quando as mulheres eram consideradas sagradas. “Na Era matriarcal, não se tinha noção da participação masculina na fertilização; as mulheres eram livres sexual e socialmente. Acredita-se que a dominação do homem sobre as mulheres iniciou não só a partir da descoberta da participação masculina na reprodução da espécie humana, mas também pela necessidade de controlar seus sucessores”, conta a autora. A pesquisa da graduanda traz dados sobre a histórica Era das Fogueiras que ganhou forma junto a grandes perseguições, torturas e assassinatos de, maioria, mulheres. A graduanda participou de vários rituais de rodas de mulheres para realizar sua pesquisa, além de um vídeo e um ensaio fotográfico. Com isso, ela pretende reafirmar que a luta feminina segue até os dias de hoje, onde o caminho para recuperarmos o poder civil e social da mulher passa pela empatia, sororidade e comunhão.
Rafael Cardoso Porto
Trabalhadores Imigrantes
Rafael investiga e descreve sobre os motivos da migração de trabalhadores para o município de Ivoti – RS, cidade onde ele próprio reside em função de trabalho. Acredita-se que a busca pelo emprego é o principal agente da movimentação de pessoas de várias etnias por lá. Precisava então, extrair tais informações a partir de referências bibliográficas históricas da cidade e entrevistas com trabalhadores, em um estudo de caso sobre a empresa multinacional Grupo Dass, a qual possui sede no local e gera, em todo o Brasil, mais de dezesseis mil empregos. Através de uma abordagem fotoetnográfica, após dois anos convivendo com os trabalhadores colegas de trabalho, o graduando além de entrevista, realiza um ensaio de retratos ambientados de colegas, e de si próprio, em seus ambientes de trabalho.
Samuel Gamboa
Ousar
Samuel realiza uma abordagem biográfica do artista e figurinista gaúcho Deh Dullius, através de procedimentos metodológicos que inclui entrevista em profundidade, acompanhamento do artista (observação participante), além da realização de um ensaio fotográfico e de um vídeo. O graduando pretende com sua pesquisa demonstrar como a relação com a roupa e com a sociedade pode ser de grande importância quando falamos em conhecer o outro, o diferente, para respeitá-lo. O artista Deh, através de performances em locais públicos, leva sua arte com um discurso político capaz de quebrar paradigmas. Já o fotógrafo Samuel, se orienta na obra do artista estudado para desenvolver seu trabalho autoral fotográfico baseado neste tema – a fotografia de moda –, cuja narrativa fotográfica busca contemplar essa relação do vestir e do ser na sociedade contemporânea.
Kathuci Santos
À flor da pele
Kathuci enfrenta em seu projeto integrador a questão do próprio medo de ser fotografada, principalmente o medo de se ver em fotografias. Como fotógrafa, não vê problemas em fotografar outras pessoas, mas a situação inverte quando se trata de autorretrato e também quando precisa que lhe fotografem. Como a graduanda acredita ser de suma importância resolver estas questões, além de trabalhar sua autoestima, busca ajuda dos próprios familiares para desenvolver seu projeto empírico, como alternativa para auxiliar na solução de meus medos. Uma dessas soluções está na fotografia experimental, baseada no processo fotoquímico, coisa que, segundo ela, lhe foi experiência mais cara durante a graduação em Fotografia.