Formando líderes

Programa Esporte Integral atende 300 crianças e adolescentes todos os anos

Crédito: Rodrigo W. Blum

“A Isa vai ser nossa capitã do time. E não é só dentro de campo, é pra resolver problemas também”, é assim todo orgulhoso que o coordenador do Programa Esporte Integral, Augusto Dotto se refere à Isadora Britto. A menina de 16 anos demonstra ter entendido muito bem o objetivo do PEI, que busca formar lideranças. “A ideia é que eles possam ter um espaço pra discutir, pra falar, pra ter voz e que daqui possam crescer e que eles sejam líderes também nas suas escolas, nos seus bairros”, afirma Augusto.

Isadora Brito é um dos talentos que disputaram o Mundial de Futebol de Rua na cidade de São Paulo, em 2014. O evento que aconteceu junto com a Copa do Mundo no Brasil reuniu 300 jovens e adolescentes de 20 países. Foram 13 dias, de 1º a 13 de julho. “Lá a gente ficou integrado com outras pessoas de outros países como Argentina, Chile, Bolívia, Paraguai, Uruguai e Colômbia. A primeira semana foi de atividades de integração e só depois de um tempo começaram os jogos, daí cada time ficava junto”, explica Isadora.

Além do futebol, ela pratica hóquei e handebol três vezes por semana. A menina conheceu o programa através de amigas da escola em que estuda e agora a irmã e um primo também participam do PEI. Isadora destaca a importância do esporte para a disciplina. “No futebol de rua a gente que tem que decidir se foi falta ou se foi pênalti. A gente que decide tudo no jogo, inclusive se o adversário merece ponto, se foi honesto ou não”, e acrescenta, “o PEI me proporcionou conhecer muitos esportes e manter uma boa saúde fazendo exercícios físicos”.

Um dos diferencias do futebol de rua é que o time não tem um técnico no momento das partidas, os jovens que se organizam. E todas as atividades são assim no Mundial. “Lá a gente teve que ter mais responsabilidade, acordar cedo, arrumar os uniformes, na hora de almoçar tinha que estar lá e sem ninguém ficar cobrando. A gente que tinha que fazer as coisas e deixar tudo organizado”, completa Isadora.

Crédito: Rodrigo W. Blum

Augusto destaca que a competição tem a primeira semana dedica à integração por acreditarem que é diferente quando o jogo é entre pessoas que já se conhecem. “O futebol de rua é misto, são meninos e meninas que jogam junto. E a nossa equipe tinha mais meninas que meninos e isso também chamou bastante atenção”, completa. Três professores do programa acompanharam os sete alunos na viagem.

O PEI também foi protagonista na organização do Mundial. Em 2014, o programa foi convidado, pela instituição Ação Educativa, organizadora da competição, para fazer parte da formação dos núcleos em São Paulo. “A organização indicou projetos que trabalhavam com esporte, alguns só com cultura, e nós inserimos a metodologia nesses locais pra que eles também pudessem ter uma representação mundial. Hoje, eles trabalham com a metodologia e isso para o programa também é bem importante”, ressalta Augusto.

Com essa participação, o PEI conseguiu fortalecer o grupo de adolescentes com a inclusão de um novo espaço de convivência, organizado e pensado com a participação dos jovens. “O Adols Esporte Clube teve inicio no segundo semestre de 2014, com um encontro semanal, e se consolidou como espaço de encontro dos jovens do PEI. Ainda dentro da temática adolescência, 2014 foi o primeiro ano em que o maior número de educandos do programa foi desta faixa etária entre 13 e 17 anos. Afirmando a opção de valorizarmos e oferecermos espaços de qualidade aos jovens”, conclui o coordenador.

Programa Esporte Integral – PEI

Crédito: Rodrigo W. Blum

Desde 1988, o Programa Esporte Integral atende crianças e adolescentes de São Leopoldo, entre 6 e 17 anos. O PEI oferece atividades esportivas, recreativas e relacionadas à percussão e dança. Os alunos praticam esportes como futebol, hóquei e handebol. Também participam do grupo de percussão, o Baturidança.

São atendidas 300 crianças por ano. O objetivo é prevenir situações de risco e vulnerabilidade investindo no fortalecimento de vínculos familiares e comunitários. “A gente não exige que a criança ou o adolescente esteja na escola, porque se está fora ele deve estar com algum problema. Nesse momento atuamos, pois ele precisa de ajuda”, afirma o coordenador, Augusto Dotto.

As atividades do PEI acontecem em três locais: o Complexo de Esporte e Lazer da Unisinos, a Associação Atlética do Banco do Brasil (AABB) e a Sociedade Recreativa Cultural e Beneficente Imperatriz Leopoldense. Até 2014, o PEI já atendeu mais de 10 mil crianças e adolescentes da região do Vale dos Sinos.

Esta matéria foi realizada em meados de 2015, referente ao Balanço Social 2014.

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