Nessa quinta-feira, 04/04, aconteceu a IV Jornada Acadêmica de Fisioterapia, com o tema Inovações e Tecnologias em Fisioterapia. As atividades movimentaram o Campus São Leopoldo e começaram logo cedo, com a palestra sobre o tema principal do evento no Auditório Central.
Durante a manhã, foram debatidos assuntos como a atuação fisioterapêutica em órteses e próteses, a comunicação oral na abordagem terapeuta-paciente e o uso de tecnologias na prevenção de quedas em idosos. À tarde, seis oficinas trouxeram diferentes abordagens dentro da área, mostram como a fisioterapia é uma grande aliada na qualidade de vida das pessoas.
Projeto Skate Anima: uma ideia irada para o tratamento neurofuncional
O fisioterapeuta Stevan Pinto, idealizador do Skate Anima, contou como surgiu a ideia de criar o projeto. “Em 2015, atendi uma paciente e usei o skate. A experiência foi tão legal que eu tive a ideia de fazer um projeto para poder proporcionar isso para todo mundo. A intenção foi adaptar a atividade para diferentes dificuldades, sem restrições”, enfatizou.
Segundo fisioterapeuta, o objetivo da iniciativa foi adaptar o skate para todos, especialmente para crianças, que precisam estar motivadas por brincadeiras e esportes. “O Skate Anima serve de encorajamento para o desenvolvimento de outras ações motoras necessárias para as atividades diárias”, destacou.
Daniel Paniagua faz o acompanhamento terapêutico dos pacientes e coordena o projeto Skate Anima, ao lado de Stevan. Juntos eles atendem, regularmente, duas instituições e fazem encontros mensais em espaços públicos aberto à comunidade. “O projeto começou sendo um braço da fisioterapia e hoje promove a inclusão pelo skate”, revelou.
Giovana Simões, estudantes do curso de Fisioterapia, falou sobre a importância desse tipo de atividade lúdica para área. “É importante destacar as diversas formas de trabalhar com o paciente, mostrando que ele é capaz de muito mais do que imagina, indo além do trabalho feito na clínica, complementando o tratamento com um estímulo diferente, principalmente para crianças”, ressaltou.
Pedro Leonardo Lopes, 6 anos, faz fisioterapia na Clínica Escola da Unisinos e hidroterapia na ACADEF, em Canoas, com estudantes da Atividade Acadêmica de Fisioterapia IV, da Universidade. “O Pedro faz fisioterapia desde os cinco meses, é quase uma obrigação para ele. A hidroterapia e as atividades lúdicas, como essa de hoje, trazem uma grande evolução no tratamento, porque ele se diverte enquanto faz as atividades”, explicou Aline Pilger, mãe do menino.
Durante a oficina, o estudante do curso de Educação Física Yan Bertinati, que é skatista profissional da categoria Down Hill Speed, de descida de ladeira, passou pelo local para conferir a atividade. “Achei surpreendente. Não podia imaginar que pessoas com diferentes limitações conseguissem andar de skate. O projeto serve para as crianças se divertirem e também ajuda na inclusão social e na construção da cidadania. É muito legal”, afirmou.
Avaliação funcional de pacientes crônicos
Na oficina de Avaliação funcional de pacientes crônicos, o fisioterapeuta Thiago Dipp, falou da longevidade humana e como a fisioterapia pode ser aliada dos pacientes crônicos. “As pessoas estão vivendo cada vez mais, por isso, hoje, estão precisando aprender a conviver com mais doenças”, afirmou.
Thiago explicou aos estudantes o objetivo dos testes de campo. “O intuito é avaliar a capacidade de desempenho dos pacientes crônicos, a partir de valores que tem como referência pessoas saudáveis, e avaliar como o uso de medicamentos e a implementação de práticas de exercícios pode reagir e interferir no resultado dos testes. É um trabalho quantitativo”, destacou.
Atuação fisioterapêutica na apneia do sono
A fisioterapeuta do Instituto Golden, Verônica Paiva, falou sobre a atuação do fisioterapeuta no mercado de trabalho e da dificuldade de encontrar profissionais com essa especialização dentro da área. “Quem trabalha com o sono precisa conhecer os distúrbios do sono. Hoje, temos 15 diagnósticos de desordens do sono e uma carência de fisioterapeutas habilitados para trabalhar com esses problemas, por isso a importância de criarmos uma associação de fisioterapeutas especialistas na área”, afirmou.
Durante a oficina, Verônica ainda falou sobre as diferentes fases da vida e que em cada fase, o organismo exige um período de sono diferente. A pesquisadora chamou atenção de que o número de horas dormidas para um bom rendimento pode variar muito de pessoa para pessoa. “Existe uma grande diferença entre o tempo que a pessoa precisa dormir e o quanto ela sente que precisa dormir”, destacou.
O evento foi encerrado com uma mesa redonda onde o tema discutido foi “eletroterapia hoje”, trazendo para o debate vivências e visões de diferentes áreas de atuação, musculoesquelética, neurofuncional e hospitalar. As atividades integraram os estudantes de fisioterapia da Unisinos e de outras universidades, e profissionais da área da saúde.