“Os jornalistas na fronteira entre a ficção e a realidade” foi o tema abordado pelo palestrante Felipe Pena durante a aula inaugural do curso de Jornalismo, ontem à noite, 5 de março. O evento aconteceu no campus Porto Alegre e reuniu muitos alunos que se divertiram com as experiências profissionais contadas pelo jornalista.
Durante a aula inaugural ele apresentou algumas matérias, feitas quando trabalhava na antiga TV Manchete, e convidou os estudantes para que fizessem críticas. “Prefiro criticar a mim mesmo. É mais honesto”, completa Felipe. O palestrante mostrou recursos de ficção usados em matérias jornalísticas, como por exemplo, as simulações que são feitas em casos que envolvem crimes. Recursos utilizados para tornar a informação mais clara.
Felipe Pena é formado em jornalismo e psicologia, com pós-doutorado em Semiologia da imagem e autor de 14 livros na área de comunicação e do romance. Atualmente, atende em seu consultório particular e é comentarista da GloboNews.
O escritor destacou que o jornalismo é a objetividade subjetiva e que já usou recursos de ficção em suas matérias. “Não importa o que você diz, mas como você diz é o mais importante. Ter técnicas narrativas, fazer rir e fazer chorar. Talvez contar de forma agradável pode trazer o público de volta para o jornalismo”, afirma Felipe.
O palestrante discutiu estratégias narrativas da ficção utilizadas no jornalismo. O objetivo era mostrar que a forma como é feito o trabalho jornalístico está longe de ser o espelho da realidade. Para ele, a forma é que faz o conteúdo. “Embriague-se sem cessar pela profissão que vocês escolheram” foi assim que o jornalista encerrou a conversa com os estudantes.