Quando pensamos em polivalência profissional, muitas carreiras vêm a nossa mente. Provavelmente, a profissão de farmacêutico não seja uma das primeiras a ser consideradas. O tamanho dessa injustiça é proporcional ao do escopo do farmacêutico ao sair da universidade. De ponta a ponta do processo de promoção da saúde, a farmácia abrange a recuperação e prevenção de enfermidades de maneira ampla e atenciosa.
Não é para menos que essa foi uma das três profissões que mais empregou em 2018. “Praticamente nenhum estudante conclui a graduação em Farmácia sem, ao menos uma proposta de emprego. Inclusive, muitas vezes, o graduado vai para o mercado com possibilidade de escolher entre duas ou três oportunidades”, afirma a coordenadora do curso de Farmácia da Unisinos, Ana Rita Breier.
A vasta gama de opções de carreira, de acordo com Ana, é fruto de uma formação abrangente que prepara o estudante para atender a todos os segmentos da profissão.
Confira a explicação da coordenadora:
Segundo o Conselho Federal de Farmácia (CFF) o farmacêutico tem a possibilidade de atuar em 10 áreas de atuação:
O futuro da saúde
Já não é mais novidade que o foco da saúde pública para os próximos anos está na prevenção. Os tratamentos reativos, que hoje são ministrados quando alguém adoece, podem oferecer riscos por efeitos colaterais, diminuição da responsividade do organismo aos medicamentos, alergias, toxicidade, entre outros. Tudo isso pode ser evitado com cuidados e procedimentos preventivos que, muitas vezes, vêm dos alimentos que ingerimos.
O conceito de alimentos funcionais – ou seja, alimentos que trazem benefícios para a nossa saúde, já é explorado há alguns anos em outros países e abre portas para uma nova área farmacêutica que vem se desenvolvendo no Brasil mais recentemente: a nutracêutica. Entenda um pouco mais:
Outra área que também traz novos desafios para a farmácia é a de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação. “Área de medicamentos é exclusiva do farmacêutico. Então, toda a cadeia de produção, concepção e de desenvolvimento de novos medicamentos industrializados e de manipulação de medicamentos e cosméticos e, também a parte de controle de qualidade estão sob a responsabilidade do profissional de Farmácia”, explica Ana.
A busca por novas moléculas e criação de novos medicamentos traz consigo o desafio de combater males que já apresentam riscos de saúde pública como, por exemplo, o surgimento das bactérias super-resistentes. Ana explica que, assim como o nosso organismo acaba adquirindo uma tolerância aos compostos dos medicamentos, as bactérias também podem desenvolver essa condição, principalmente pelo uso excessivo ou irracional de antibióticos. “Com certeza esse é um dos principais desafios do futuro da profissão”, comenta ela.
Automedicação: o uso irracional dos medicamentos
A orientação fornecida pelo farmacêutico no momento de dispensação dos medicamentos para o consumidor faz toda a diferença no combate a prevenção de um dos maiores causadores de gastos com saúde pública no país: a automedicação.