Exposição sobre samba dá início às atividades do Mês da Consciência Negra na Unisinos

Crédito: Luiza Guimarães / Agexcom

Nesta segunda-feira, 4/11, foi realizada, no campus de Porto Alegre, a abertura do Novembro Negro, uma série de atividades para a celebração do Mês da Consciência Negra. A realização da iniciativa é do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (Neabi) da Unisinos.

No primeiro andar da Torre Educacional, alunos, professores e comunidade acadêmica puderam visitar a exposição “Corredor do Samba de Porto Alegre: o Arroio Dilúvio e a Negritude Gaúcha”, que propõe uma reflexão a respeito do Arroio Dilúvio e a sua relação com o samba negro da cidade. A exibição busca resgatar as experiências de comunidades que possuem relações históricas com as águas, abordando a memória e as tradições do córrego.

A curadoria e expografia da exposição é de Sátira Machado, professora e pesquisadora de Culturas Afro-Gaúchas, em parceria com Michel Couto, diretor de arte e idealizador do Hub Formô, além da carnavalesca Helena Fernandes. A

realização é do Instituto de Cultura da PUCRS. A exposição ficará disponível para visitação até o dia 12/11. A versão digital pode ser encontrada clicando aqui.

Crédito: Luiza Guimarães / Agexcom

A importância do samba

A abertura do Novembro Negro foi marcada por música e dança, principalmente o samba, tema principal da exposição. Em parceria com o Neabi, alunos do curso de Produção Fonográfica tocaram músicas simbólicas para essa cultura, como Mas Que Nada, de Jorge Ben Jor, Não Deixe o Samba Morrer, de Alcione, Deixa a Gira Girá, de Os Tincoãs, e Meu Lugar, de Arlindo Cruz. Também estavam presentes crianças do Colégio Bahia.

Enquanto observava a apresentação, o professor do curso de Produção Fonográfica Yanto dos Santos Laitano explicou que o samba é um dos estilos musicais mais importantes do nosso país e do mundo. “Ele influenciou muita coisa. O samba lá do comecinho é mais puro. Depois, ele foi se dividindo, e vieram outras vertentes, como a bossa nova, o samba rock, o samba-enredo, o chorinho, como se o samba fosse o aforo de um monte de outros estilos”, comentou.

Crédito: Luiza Guimarães / Agexcom

Em uma rápida solenidade, os professores Jorge Teixeira e Clóvis de Melo Cavalheiro, representantes do Neabi, celebraram a conquista do feriado nacional, em 20 de novembro, e a escolha do tema do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano: “Desafios para a valorização da herança africana no Brasil”. “É um momento de gestos simples, mas muito significativos da gente refletir”, disse Cavalheiro.

Neste ano, pela primeira vez, o dia 20 de novembro será feriado nacional. Na data, que marca a morte de Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares, é celebrado o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra. Teixeira, que é coordenador do Neabi, acredita que essa data se tornar um feriado nacional é uma conquista do movimento negro. “O 20 de novembro é muito significativo para nós. Zumbi, ao subir o Quilombo dos Palmares, disse: ‘Esse tipo de vida não serve’. Ele se referia à escravidão. Isso inspira liberdade para nós hoje, para não deixarmos que a exploração continue”, pontuou o professor.

O trabalho do Neabi

O evento está sendo realizado pelo Neabi da Unisinos, programa que articula e desenvolve na Universidade a educação das relações étnico-raciais. O Núcleo, ligado ao Centro de Cidadania e Ação Social da Unisinos (CCIAS), constitui um espaço acadêmico e de articulação com a comunidade acadêmica interna e a comunidade

externa. É responsável por criar e executar atividades de ensino, pesquisa e extensão focada na temática étnico-racial.

Jorge Teixeira explica que o Neabi trabalha com crianças de escolas e quilombos todas as terças e quintas-feiras, com atividades nos laboratórios de informática e de gastronomia. Próximo da Unisinos, existem dois quilombos: o Quilombo Kédi e o Quilombo da Família Silva. “Ao ver a Unisinos, eles podem sonhar com a Universidade. Então, essas crianças hoje sonham que um dia elas podem ser estudantes, funcionários, professores, assim como eu, que outra hora fui uma dessas crianças”, destacou o coordenador.

Crédito: Luiza Guimarães / Agexcom

Programação

No próximo dia 19, vai ser realizado um painel sobre os 21 anos da Lei 10.639/3, que incluiu, no currículo oficial da Rede de Ensino, a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira”. Na oportunidade, será discutido como a Unisinos, a Companhia de Jesus e o poder público enxergaram essa Lei, e o que cada um fez diante desse cenário. Estão confirmadas as participações do vice-reitor da Unisinos, Artur Jacobus, da orientadora educacional, Camila Portugal da Paixão, e da vereadora de Porto Alegre, Karen Morais dos Santos, que tem seu trabalho fortemente ligado ao combate à discriminação racial e ao genocídio da juventude negra. O painel será realizado na Claraboia da Biblioteca (campus de São Leopoldo), às 15h.

Confira as demais atividades previstas para o Novembro Negro:

12, 13, 14 de novembro

Atividade: Feira Afro-indígena Neabi Local: Espaço Luís Fernando Veríssimo (Torre Educacional do campus de Porto Alegre)

Horário: das 13h às 21h

19 de novembro

Atividade: Missa em memória de Zumbi dos Palmares.

Local: Claraboia da Biblioteca (campus de São Leopoldo)

Horário: 14h

Atividade: Celebração Dia da Consciência Negra

Local: Claraboia da Biblioteca (campus de São Leopoldo)

Horário: 15h

30 de novembro

Atividade: Clube de Leitura – Curso de Letras Unisinos, com Sabrina Veit

Local: Online

Horário: das 10h às 11h

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