Entre os dias 18 e 30 de abril, a Unisinos está realizando um trabalho de campo no PARMA Lagoa do Peixe, em Mostardas/RS. A pesquisa, conta com especialistas brasileiros e americanos, que irão mostrar a importância do Parque Nacional da Lagoa do Peixe para salvar o maçarico-de-papo-vermelho, que está declinando muito rapidamente.
“No ano de 1984, a Unisinos sediou o primeiro Seminário internacional de maçaricos, na época coordenado pelo professor Martin Sander. Esse evento foi a pedra fundamental para a criação do PARMA Lagoa do Peixe, pois os americanos já estavam observando o declínio da população dessa espécie que, naquele período, estava estimada em 60 mil indivíduos. Hoje, restam apenas 10 mil indivíduos e, no último final de semana, os pesquisadores contaram mil aves na área da Lagoa do Peixe, ou seja, 10% da população mundial está, nesse momento, aqui no nosso estado”, destaca a coordenadora do Laboratório de Ornitologia e Animais Marinhos da Unisinos, Maria Virginia Petry.
Os estudos de campo no Parque Nacional da Lagoa do Peixe são feitos em parceria com a Conserve Wildlife Foundation (CWF) de New Jersey (EUA). “O objetivo dessa expedição é investigar o uso do habitat na Lagoa do Peixe e as rotas migratórias do maçarico-de-papo-vermelho (Calidris canutus), bem como estimar o tamanho da população que utiliza o Parque como área de alimentação e descanso antes de seguir para suas áreas de reprodução”, explica a pesquisadora.
O maçarico-de-papo-vermelho é uma espécie ameaçada de extinção que realiza migrações transaméricas, deslocando-se desde a tundra canadense até a Terra do Fogo. Dentre seus locais de descanso das aves estão a Baía de Delaware (New Jersey, EUA) e o Parque Nacional da Lagoa do Peixe (Rio Grande do Sul, Brasil). No entanto, pouco se sabe sobre os locais exatos utilizados entre esses lugares de descanso. “Devido à importância dessas áreas de descanso para a espécie e a preocupação com a descaracterização desses ambientes, provocadas por humanos, os esforços da CWF e da Unisinos foram unidos. Serão utilizados GPS-Argos e geolocalizadores, bem como nanotags com emissão de sinal VHF, associados a uma torre de recepção a ser instalada no Parque para rastrear os movimentos dos maçaricos e outras aves migratórias ao longo do ano”, conta a professora.
O projeto é financiado pelo CNPq, através do edital Universal, e pelo Conserve Wildlife Foundation. A iniciativa conta ainda com o apoio do Clube de Observadores de Aves de Porto Alegre – COAPOA. “A primeira etapa do projeto, que consistiu na captura e marcação dos maçaricos, foi realizada pela equipe da professora Maria Virgínia Petry, junto com estudantes da pós-graduação e alunos da graduação. Também participaram dessa etapa os pesquisadores da CWF, parceira da Unisinos.