Fazer graça é o negócio deles, tanto que já chamaram a atenção do próprio Rafinha Bastos. Augusto Turcato, Felipe Bruxel, Giuliano Reis, Guilherme Fischborn e Martin Mayer eram motivo de piada entre os amigos, mas no bom sentido. “Estávamos sempre dando risada e fazendo as outras pessoas rirem”, conta Felipe, “aí resolvemos gravar e colocar o material na internet”. Assim surgiu o EsqueteMen, o grupo de jovens alunos comediantes da Unisinos que está roubando a cena no Youtube.
A ideia de produzir vídeos humorísticos foi concebida no final de 2012 e nasceu no começo de 2013. “Começamos a levar a sério, a colocar no papel e a ver o que precisaríamos somente em fevereiro”, diz Felipe, estudante de Publicidade e Propaganda. Além dele, outros dois integrantes – Guilherme e Martin – cursam a mesma graduação. Augusto e Giuliano fazem Jornalismo.
Eles explicam que a oportunidade de amadurecer o projeto veio junto com as férias. “Criamos um grupo no Facebook e postamos ali nossas ideias de roteiros e toda a logística por trás. Depois, fomos para a prática”, relata Guilherme. Giuliano complementa: “Elaboramos um plano para o primeiro vídeo sair em maio”. E Felipe arremata: “No fim, a data de lançamento foi adiada em três semanas, mas acabou dando certo”.
“A gente começa dando risada. Muita risada. Aí, no final do dia, já não aguenta mais dar risada um do outro, quer fazer alguma coisa séria, mas não consegue.”
Felipe, estudante de Publicidade e Propaganda
O EsqueteMen é assim mesmo: todos falam, todos dão palpite. Ninguém fica de fora, nem na hora de aparecer em frente às câmeras. As demais tarefas, da produção à divulgação, são divididas entre eles, mas não há quem escape dos seus minutos de fama. Não há, inclusive, quem tenha estudado atuação. “É observação. A gente consome muito humor e percebe o jeito de agir engraçado, sabe? De repente uma pausa na hora de falar”, começa Augusto. “Ou a entonação do texto”, conclui Felipe.
E se o vídeo precisar de uma atriz? “Foi um parto conseguir uma guria”, brinca Augusto. Segundo eles, a procura por convidados se dá dentro de seus próprios círculos de relacionamentos e não passa disso. O grupo afirma que já recebeu pedidos de participação de “pessoas de fora”, mas que preferiu manter o negócio entre conhecidos. “Queremos fazer uma coisa bem da gente, com a nossa cara”, aponta Felipe. A decisão tem um porquê, conforme explica o estudante: “A gente começa dando risada. Muita risada. Aí, no final do dia, já não aguenta mais dar risada um do outro, quer fazer alguma coisa séria, mas não consegue”. Giuliano resume: “O clima da gravação é bom, estamos entre amigos”.
Mas, para entregar o produto final, os cinco precisam primeiro vencer o relógio. Martin revela que, por não poderem se reunir durante a semana (vida de universitário tem lá seus compromissos), são obrigados a gravar tudo no sábado, das 13h às 17h. Até lá, só dá para adiantar o roteiro. Sobre isso, Felipe comenta: “Acho que não gravamos nenhum roteiro exatamente como ele estava no papel. Sempre alteramos algo, principalmente fala, para deixar mais do gosto de quem está representando”. E os assuntos variam. Para eles, qualquer coisa pode ser tema. “Esta entrevista poderia virar um esquete, é só colocar duas ou três piadas no meio”, aproveita Felipe.
“Agora a gente consegue gravar muito mais rápido, tem a manha das câmeras, e na hora do ensaio também. Tudo vai fluindo.”
Guilherme, estudante de Publicidade e Propaganda
Entre os grandes
De Monty Python a Gato Fedorento e Porta dos Fundos tudo é inspiração. Para os EsqueteMen, foi o que as pessoas por trás desses canais conseguiram que os motivou a buscar algo parecido. “Se um dia a gente chegar perto, é conquista!”, exclama Martin.
Medo de comparação? “A gente achou que ia ter mais, mas a galera tá vendo que não tem como fugir, porque esquete é esquete”, diz Felipe. Manter o nível não é fácil. O grupo conta que quer fazer as ideias mais originais possíveis. Por isso, eles tentam adaptar, pegam um modelo que deu certo e deixam com sua marca, sempre com a proposta de causar identificação no público.
E funciona. Prova maior que Rafinha Bastos não há. “Mandei nosso primeiro vídeo para ele [o humorista] e ele favoritou no Twitter. Isso superou nossas expectativas, assustou a gente”, recorda Augusto. O estudante conta que o esquete foi lançado numa quinta e já somava mais de 3 mil visualizações no domingo. Foi, pelo menos, um bom começo.
De bom a melhor
O grupo está no caminho. Do primeiro ao último vídeo, os alunos notaram grande diferença, como explica Guilherme: “Agora a gente consegue gravar muito mais rápido, tem a manha das câmeras, e na hora do ensaio também. Tudo vai fluindo”. Nem sempre foi simples assim. Ele continua: “Já tivemos que descartar vídeo gravado, mas a partir daí aprendemos e não cometemos mais os mesmos erros”. Martin confirma: “Hoje temos um olho um pouco mais treinado do que tínhamos antes”. Daqui para frente, a ideia é manter o ritmo e, quem sabe, investir em séries. “Temos o embrião do projeto e pretendemos lançá-lo em breve”, revela Augusto. Cheios de planos e boas sacadas: esses são os EsqueteMen.