Adquirir conhecimento tornou-se mandatório e não há opção. Se você não cresce neste aspecto corre sério risco de não atender mais as exigências do mercado de trabalho. Eu já havia cursado graduação e adicionei duas pós-graduações ao meu currículo, uma em gestão empresarial e outra em auditoria. Certamente, foram cursos que ajudaram a alavancar minha carreira profissional. Confesso que a captura de novos conhecimentos não foi no nível em que eu esperava, porém serviu para descobrir literatura que eu não conhecia e o que auxiliou o meu desempenho profissional.
Em 2012, comecei a amadurecer a ideia de voltar a estudar novamente, mas dessa vez, queria algo mais robusto e comecei a pesquisar cursos de mestrado. A ideia era aprofundar a discussão de alguns temas que eu sabia que seriam ministrados em sala de aula e adquirir conhecimento em outros. Depois de pesquisar e falar com pessoas que já haviam cursado o mestrado acadêmico em ciências contábeis da Unisinos, eu resolvi me inscrever. E aqui eu destaco um ponto importante: tente conversar com quem já fez o curso na instituição que você quer cursar. Isso dará a real noção do grau de dedicação que terá que ter durante o curso. A pergunta que você escuta na fase de entrevistas dos candidatos ao curso na Unisinos não é apenas retórica: “quanto tempo você terá para se dedicar diariamente aos estudos?” Minha opção pela Unisinos foi em virtude da recomendação de ex-alunos, que gostaram muito da dinâmica das aulas, e da avaliação da CAPES.
Mestrado acadêmico é exigente desde a primeira aula. Tentando comparar as experiências anteriores, percebo que a graduação ajuda a te formar em determinado campo do conhecimento. Cursos de pós-graduação e especializações te informam sobre determinados assuntos, abrindo horizontes para busca de conhecimento. E o mestrado, você discute e aprofunda vários temas. E claro, também aprende novos temas, porém com uma perspectiva muito diferente. O aluno passa a ser, com a ajuda do professor, o protagonista no processo de aprendizado. Em quase 100% das disciplinas ministradas o professor é tão somente o “ponto de referência” no assunto abordado. Você é o principal responsável por apresentar o tema que será discutido em sala de aula, aprofundando e entrelaçando a visão de vários autores que abordam o assunto. Esqueça aquelas apresentações em que você joga um monte de texto nos slides e mais lê do que discute. Se for para o mestrado com esse espírito, é melhor repensar suas escolhas…
E qual o papel do aluno que, naquela ocasião, está apenas assistindo a apresentação de seu colega? Saber tanto quanto quem apresenta e ajudar no debate. O professor cumpre a missão de intermediar e alinhar as discussões. E quando o nível de apresentação e/ou debate estão fracos…bom, sobra para todo mundo. Parece incômodo (e no começo realmente é) ter que criticar um colega seu durante a apresentação, mas aprendemos que a divergência constrói e enriquece muito no processo de aprendizado. Depois que a gente “perde a vergonha” para apresentar e debater, o nível de discussão é fantástico. Quem vai apresentar um determinado tema busca aprofundar o assunto e, da mesma forma, quem debaterá quer ter o mesmo nível de conhecimento do aluno apresentador. Essa dinâmica, quando bem alinhada pelo professor, é muito produtiva.
Embora o curso proporcione uma qualificação excelente para quem tem o desejo de lecionar, penso que a escolha do mestrado acadêmico não tem apenas esse viés. O curso realmente estimula uma forma de pensar mais crítica e holística. A disciplina de metodologia de pesquisa é ótima para auxiliar nesse processo. Em sala de aula, discutimos pesquisas reais, realizadas por órgãos reconhecidos, mas que apresentavam falhas que não nos eram perceptíveis antes de conhecer um pouco mais dos métodos. Pensamento crítico aguçado, capacidade de se expressar de forma escrita e oral e divergir em debates com espírito de agregar foram situações vivenciadas e que, certamente, auxiliarão qualquer escolha profissional. Certamente, eu recomendo vivenciar essa experiência.